Diário da Região
UM TOURO PERPÉTUO

Há 12 anos, morria o lendário touro Bandido

O touro, que pertencia ao empresário rio-pretense Paulo Emílio Marques, morreu na manhã do dia 4 de janeiro de 2009, um domingo, na fazenda Santa Martha, em Icém

por Arthur Pazin
Publicado em 04/01/2021 às 18:31Atualizado em 06/06/2021 às 14:03
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Enterro do touro Bandido em Barretos (Guilherme Baffi/Arquivo)
Enterro do touro Bandido em Barretos (Guilherme Baffi/Arquivo)
Clone do touro Bandido em fazenda de Icém (Guilherme Baffi/Arquivo)
Clone do touro Bandido em fazenda de Icém (Guilherme Baffi/Arquivo)
Clone do touro Bandido em fazenda de Icém (Guilherme Baffi/Arquivo)
Clone do touro Bandido em fazenda de Icém (Guilherme Baffi/Arquivo)
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Há 12 anos, morria o lendário touro Bandido, animal que pertencia ao empresário rio-pretense Paulo Emílio Marques. Por meio de seu perfil oficial no Instagram, Marques repostou uma foto do animal publicada por uma seguidora lembrando a data. "Hoje completa mais um ano de saudade do lendário touro bandido", escreveu Bia Mulato.

O touro morreu na manhã do dia 4 de janeiro de 2009, um domingo, na fazenda Santa Martha, em Icém. Dois anos antes de sua morte, os veterinários diagnosticaram um carcinoma (câncer de pele maligno) no olho esquerdo. O tumor foi controlado até o segundo semestre de 2008, quando se espalhou para garganta, pulmões e cabeça.

Ele chegou a fazer quimioterapia no hospital, mas voltou para a fazenda três meses antes de morrer, tendo reagido. Em entrevista ao Diário, na época, o veterinário responsável pelo animal, Alfredo Maia Filho, contou que o animal havia escolhido o lugar que queria morrer.

À reportagem, na ocasião, Paulo Emílio disse que "a inteligência e a imprevisibilidade eram as principais características do animal", que segundo ele, "era diferente de todos os outros". "Ele é um marco do rodeio brasileiro e mundial. Era um animal completo", afirmou o empresário, que contou que se emocionou na despedida.

O touro foi enterrado no Parque do Peão, em Barretos, em uma cerimônia acompanhada por cerca de 200 pessoas. O animal ficou conhecido no mundo dos rodeios por ser indomável. Mais de 200 peões tentaram permanecer oito segundos em seu lombo e nenhum conseguiu.

O mito em torno de touro chamou a atenção da autora Glória Perez, que fez dele o protagonista da novela "América". Com a participação no folhetim, Bandido ficou mundialmente conhecido pela cara de mau e a mania de cavucar a terra com o chifre. Para manter a forma, o touro recebia alimentação diferenciada, praticava natação e recebia tratamento especial até mesmo nos cascos.

Antes de morrer, Bandido deixou três clones, 70 filhos e mais de 2 mil sêmens congelados. Com um comportamento semelhante ao do original, os clones, realizados em 2006, chegaram a fazer apresentações em rodeios de todo o País apresentando uma habilidade de pular transmitida geneticamente. 

Procurado pela reportagem nesta segunda-feira, 4, Paulo Emílio contou que dois dos clones já morreram. "Um morreu durante uma cirurgia e outro foi vítima de um câncer. Ainda sobrou um, mas ele não faz mais apresentações pois está machucado", disse o empresário, que ainda utiliza o sêmen do touro Bandido para cruzamentos. Ele confessou que, até hoje, o sêmen do animal é o mais procurado do mercado.