Diário da Região
HOMICÍDIO

Novo laudo aponta que empresário morto em bar de Rio Preto foi baleado pelas costas

Documento contesta laudo do IML de Rio Preto, que indicava que os tiros disparados por segurança entraram pelo tórax da vítima

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 6 horasAtualizado há 3 horas
Briga em bar na Vila Bom Jesus, em Rio Preto, que terminou em morte (Reprodução)
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Briga em bar na Vila Bom Jesus, em Rio Preto, que terminou em morte (Reprodução)
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Laudo do Instituto de Criminalística aponta que o empresário Geovani Svolkin da Silva foi atingido pelas costas pelo segurança Keven Ígor Silveira Novaes, na briga em 26 de outubro em um bar na Vila Bom Jesus, em Rio Preto. O autor do homicídio continua foragido.

Na semana passada, o laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) havia indicado que os disparos teriam atingido a vítima pela frente, causando hemorragia interna aguda e morte ainda no local. A diferença entre os documentos gerou dúvidas sobre a dinâmica do crime.

O delegado Marcelo Ferrari, responsável pelo inquérito, explicou que não se trata de um novo laudo, mas da análise de dois documentos distintos, produzidos em momentos diferentes: o laudo do IML e o laudo da perícia feita na cena do crime.

Segundo Ferrari, o IML descreveu ferimentos já alterados pelo tempo decorrido até a autópsia, com escurecimento, rigidez e marcas modificadas por fatores como coagulação e lavagem do corpo. Já o perito que esteve no bar avaliou, a partir das imagens e da perfuração aparente, que o tiro — ou os tiros — entraram pelas costas de Geovani.

“Não é um novo laudo. Cada documento descreve o que foi observado em momentos diferentes. O médico legista não abriu o corpo na cena, e o perito não realizou a necropsia. Por isso ocorre divergência”, afirmou o delegado.

Ferrari informou que o inquérito agora aguarda o laudo completo das imagens colhidas no local, além de novos depoimentos de testemunhas, antes da conclusão do caso.

Em manifestação assinada na segunda-feira, 17, o Ministério Público reconheceu a necessidade de aprofundar a investigação e solicitou a elaboração de um laudo pericial complementar, considerando justamente as divergências apresentadas e os vídeos anexados ao processo. A Justiça concedeu prazo adicional de 90 dias para a conclusão do inquérito.

Lembre o caso

O empresário de 30 anos foi morto a tiros após uma briga em um bar.

De acordo com o boletim de ocorrência, a confusão começou dentro do bar e evoluiu para agressões físicas na área externa. Após briga na rua, o autor foi até um veículo Honda Civic preto e pegou uma arma de fogo e efetuou disparos contra Geovani.

Após os tiros, o autor teria se identificado como policial, entrou novamente no carro e fugiu, tomando rumo ignorado.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas a equipe apenas constatou o óbito no local.

A perícia técnica da Polícia Científica recolheu cápsulas e projéteis calibre .40 encontrados na cena do crime. A arma pertence ao pai de Keven, que é CAC, e foi apresentada na delegacia dias depois.