Duas centenas de mulheres vão às ruas de Rio Preto contra a violência
A passeata teve início às 10h, em frente ao Mercadão de Rio Preto. De lá, as mulheres protestaram com faixas em torno do local e em seguida, se dirigiram para a frente da Prefeitura

Cerca de 200 mulheres foram às ruas de Rio Preto, neste domingo, 5, em protesto contra a violência. A 4ª Caminhada Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas teve início às 10h em frente ao Mercadão.
No local, as manifestantes caminharam em direção à Prefeitura, na avenida Alberto Andaló, portando frases com frases em forma de "hashtag", como "ChegadeViolência", "#Pintaromundodelaranja", "#Juntassomosmaisfortes", "#Chegadeviolência", "#Nemumaamenos" e "#16dias", em alusão aos "16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher”, ação integrada ao protesto, realizada pelo Conselho da Mulher de Rio Preto.

Por aqui, a caminhada foi organizada pelo núcleo de Rio Preto do Grupo Mulheres do Brasil, nacionalmente presidido pela empresária Luiza Helena Trajano. Foram pelo menos 20 cidades no Brasil e no exterior que participaram da ação ao mesmo tempo.
Em Rio Preto, até 15 de outubro deste ano, 82 agressores de mulheres foram presos, um a cada três dias. Até meados de novembro, 994 medidas protetivas foram expedidas na cidade.

Ao Diário, a manicure Ana Paula Santos, que é conselheira municipal dos direitos das mulheres e integra o grupo "Mulheres na Política", disse que a luta da caminhada não é contra as pessoas, mas contra atitudes. Confira o texto escrito pela ativista:
"A luta não é contra pessoas. É contra atitudes!
O que dizer sobre a violência contra mulheres? Simplesmente que sempre existiu e aceitar?
Existe várias forma de violência contra a mulher: verbal , sexual , até mortal e psicológica.
Estas violências ocorrem sempre na residência do casal de forma que a mulher não consegue pedir por socorro.
É triste saber que o Brasil está entre os dez países com o maior número de homicídios femininos - dados do ano 2006 a 2010. O assédio também é uma violência em que muitas mulheres passam por constrangimento nas ruas e até mesmo no local de seu trabalho.
Voltamos lá traz e temos fortes e tristes lembranças da escravidão aonde os donos de casas grandes abusavam sexualmente de suas escravas e elas não tinham escolhas. Quantas meninas jovens teve sua juventude tirada, quantos corpos marcados.
Triste saber que existem esses tipos de pessoas que abusam (ou apoiam) de mulheres sem o seu consentimento.
O tráfico de mulheres também é uma violência aonde jovens deixam seus países, estados ou municipios de origem a procura de trabalho e lá seus sonhos são tirados a força pela a exploração sexual. Não podemos deixar de lutar pela violência contra as mulheres! Temos que ter um grito que soa alto, fazer barulho e lutar pelos direitos das mulheres de serem livres.
Sabe aquele velho ditado: em briga de marido e mulher não se mete a colher, pois bem, este ditado fez muitas mulheres vítimas do feminicidio. Este ditado deixou várias cicatrizes que até hoje ardem. Em briga de marido mulher se mete a colher sim ! É nosso dever salvar vidas e lutar pra que as mulheres ocupem os espaços!
Diga não a violência! Não se cale! Nós podemos mudar muitos rumos de histórias tristes.
As grandes responsaveis pela mudança somos nós e de nós ela virá!"
(Colaborou Millena Grigoleti)