Diário da Região
OPERAÇÃO ARMAGEDON

Polícia Civil prende 9 mulheres suspeitas de participar da 'guerra de bairros' em Rio Preto

Segundo a investigação, todas as mulheres tinham assumido pontos de drogas de parentes delas que tinham sido presos

por Marco Antonio dos Santos
Publicado em 10/10/2025 às 11:31Atualizado em 10/10/2025 às 17:08
Operação policial prende 9 mulheres envolvidas com o trafico (Deic Rio Preto)
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Operação policial prende 9 mulheres envolvidas com o trafico (Deic Rio Preto)
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A Polícia Civil prendeu nove mulheres suspeitas de participação na "guerra de bairros" que já resultou em dezenas de mortes em Rio Preto. Em sua maioria jovens, elas assumiram o comando de pontos de venda de drogas, principalmente na região do bairro João Paulo 2º, segundo a polícia. As prisões foram nesta sexta-feira, 10, durante a Operação Armagedon.

"Elas eram responsáveis pela distribuição, venda e recebimento de drogas. Em alguns casos, assumiram o comando do tráfico após a prisão dos maridos. Elas são parentes de criminosos já presos e atuavam com divisão clara de tarefas”, afirmou o delegado de Homicídios, Roberval Macedo.

As ações se concentraram nos bairros João Paulo 2º, Solidariedade, Solo Sagrado, Nova Esperança, Santa Clara, Analice, Anchieta e Gonzaga de Campos, considerados redutos do grupo criminoso.

A operação mobilizou 40 policiais civis e 10 viaturas para o cumprimento de 15 mandados de prisão temporária e 19 mandados de busca e apreensão domiciliar, expedidos pela Justiça após investigação da Delegacia de Homicídios. A rede criminosa estruturada teria promovido uma série de assassinatos e tentativas de homicídio como parte de uma guerra entre traficantes.

Na operação desta sexta, foram efetuadas prisões temporárias e uma prisão em flagrante por tráfico de drogas e apreendidos um simulacro de arma de fogo, oito porções de entorpecentes — cinco de cocaína e três de maconha —, além de celulares e materiais relacionados ao tráfico.

Segundo o delegado, um dos alvos da operação foi um bar no bairro João Paulo 2º, utilizado como ponto de venda e distribuição de entorpecentes. “O local atuava exclusivamente na venda de drogas, funcionando cerca de 18 horas por dia. Conseguimos, por meio de imagens e diligências, individualizar a conduta de cada pessoa que trabalhava ali no tráfico”, afirmou.

Quatro homicídios ligados ao grupo

Segundo as investigações, as presas estão ligadas a pelo menos quatro homicídios na região, relacionados à lista de assassinatos ocorridos durante a guerra de gangues. A disputa pelos pontos de tráfico conhecidos como “Dragão do Norte” e “Pit Stop”, ambos na região do João Paulo 2º, teria motivado parte desses crimes.

“A guerra entre as facções tem como pano de fundo o domínio dos pontos de venda. Algumas versões falam em ciúmes ou outras motivações, mas, no fim, tudo gira em torno do tráfico de drogas”, disse Macedo.