Diário da Região
AGROFRAUDE

Deic desmantela esquema de venda irregular de agrotóxicos em Rio Preto

Nove pessoas foram alvos de mandados de busca e apreensão como parte da investigação sobre os crimes de fraude fiscal e lavagem de dinheiro

por Marco Antonio dos Santos
Publicado há 10 horasAtualizado há 10 horas
Nove pessoas são investigadas pela Deic de Rio Preto (Marco Antonio dos Santos)
Galeria
Nove pessoas são investigadas pela Deic de Rio Preto (Marco Antonio dos Santos)
Ouvir matéria

A Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto deflagrou na manhã desta sexta-feira, 24, a operação “Agrofraude”, para desvendar um esquema milionário de comercialização irregular de defensivos agrícolas, sustentado por fraudes fiscais e lavagem de dinheiro.

Ao todo, nove pessoas foram alvo de mandados de busca e apreensão e conduzidas até a delegacia para prestar esclarecimentos. Por enquanto, todas responderão em liberdade.

As diligências ocorreram em diferentes bairros e condomínios de Rio Preto, entre eles Mais Parque, Alta Vista, Rios de Itália, Jardim Vila Flora, Jardim Jandira, Residencial Fraternidade, São Francisco, São Judas Tadeu e Residencial das Américas.

A operação é resultado de seis meses de investigação conduzida pela 3ª Equipe da 1ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG) da Deic de Rio Preto. O inquérito foi aberto neste ano para apurar o funcionamento de uma empresa suspeita de fabricação ilegal de defensivos agrícolas.

“A denúncia inicial era de fabricação de produtos sem supervisão técnica, inclusive dos órgãos de fiscalização, como o Ministério da Agricultura. Além disso, não havia pessoas capacitadas para manusear os produtos”, explicou o delegado Adriano Pitoscia, responsável pelo caso.

Em abril, equipes da Deic cumpriram mandados de busca em um escritório de vendas online e em dois barracões na zona leste da cidade. Nos locais, foram encontradas diversas irregularidades, inclusive crimes ambientais, o que levou à interdição dos imóveis e à suspensão dos CNPJs utilizados pelo grupo.

Com o avanço das investigações, os policiais descobriram que os supostos empresários operavam empresas de fachada, registradas em nome de “laranjas”, entre eles um azulejista e uma atendente de lanchonete, ambos aliciados pelos irmãos apontados como líderes do grupo. As firmas eram usadas para sonegar impostos e movimentar grandes valores em contas bancárias.

O grupo contava ainda com o apoio de um contador, responsável por abrir as empresas fraudulentas e manipular os balanços fiscais para encobrir os ganhos ilegais.

A Justiça determinou a indisponibilidade dos bens dos investigados e o bloqueio das contas bancárias envolvidas no esquema. No total, nove mandados judiciais foram cumpridos, resultando na apreensão de veículos e equipamentos eletrônicos.

Segundo a Deic de Rio Preto, as investigações prosseguem para identificar outros possíveis envolvidos e rastrear a origem e o destino dos recursos obtidos com as fraudes.