Cresce 20% o número de óbitos por arritmia cardíaca na região de Rio Preto
Nesta quarta-feira, 12, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, data para reforçar cuidados

Dados do DataSus apontam que aumentou em 20% o número de óbitos por arritmia cardíaca, na região de Rio Preto, de janeiro a setembro deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os casos de morte súbita passaram de 147 para 176. O percentual supera a média estadual, que é de 6,6%.
O aumento de óbitos acompanha o crescimento dos casos de internação na região de Rio Preto. Enquanto no ano passado foram registrados 2.637 admissões em hospitais por arritmia cardíaca, em 2025 (até setembro), 2.899 registros foram contabilizados. O percentual de mortes, em cada cenário, representa 5,57% e 6,07%, respectivamente. Nesta quarta-feira, 12, é celebrado o Dia Nacional de Prevenção das Arritmias Cardíacas e da Morte Súbita, uma data para reforçar a importância de hábitos saudáveis e do acompanhamento médico regular.
As arritmias cardíacas são alterações no ritmo do batimento do coração, que pode bater mais rápido (taquicardia), mais devagar (bradicardia) ou de forma irregular. Algumas são benignas, mas outras podem causar tonturas, desmaios, falta de ar e até morte súbita.
Chefe da UTI Cardiológica do hospital Beneficência Portuguesa, o cirurgião cardiologista Paulo Nogueira afirma que o aumento do percentual de óbitos em relação ao número de internações indica que mais pacientes graves deram entrada nos sistemas de saúde.
É o caso do comerciante Ricardo Rodante Scabin, de 50 anos, que adquiriu arritmia cardíaca após infartar. “Sempre pratiquei esportes, jogava bola. Mas após machucar o joelho, me tornei sedentário e sempre comi errado. Quando infartei, descobri que estava com quatro veias entupidas. O dr Paulo afirmou que, a partir de então, eu era considerado um paciente em potencial para morte súbita, por isso implantou um CDI”, disse.
A sigla se refere ao cardioversor desfibrilador implantável, um equipamento que, por meio de eletrodos, monitora o coração e aplica impulsos elétricos para corrigir o ritmo cardíaco, quando necessário.
Prevenção
Nogueira menciona que o aumento de atletas amadores, especialmente os corredores de rua, impulsionou as checagens preventivas em consultórios médicos e, consequentemente, o número de diagnósticos de arritmia.
“Especialmente os casos de mortes súbitas durante a prática esportiva, como academias, acende o alerta para a necessidade de verificar, primeiro, como está a condição de saúde antes de iniciar a prática esportiva. Não que a arritmia impeça de exercitar o corpo, mas ela impõe algumas limitações de esforço”, diz.
O especialista menciona que os smartwatches (relógio digital que se conecta ao smartphone) se tornou um grande aliado da medicina no monitoramento cardíaco.
“Nem sempre um eletrocardiograma ou ecocardiograma vai detectar a arritmia porque o paciente pode estar estabilizado no momento do exame. Por meio de aplicativos específicos, ele pode ter a frequência cardíaca monitorada pelo relógio, que pode gravar o episódio de alteração”, menciona.
Sintomas como palpitações persistentes, tonturas ou desmaios, falta de ar inexplicável, dor no peito ou cansaço extremo são sinais de alerta. Pessoas com histórico familiar de morte súbita ou doenças cardíacas precoces devem realizar avaliações preventivas mesmo sem sintomas.
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, os atendimentos por arritmia cardíaca cresceram 14% no Estado de São Paulo neste ano, passando de 43.706 entre janeiro e agosto de 2024 para 49.745 no mesmo período de 2025. As mortes súbitas também aumentaram, de 1.394 para 1.487 entre janeiro e setembro, uma alta de 6,6%.