Diário da Região
BUSCAS

Caso Carmen: buscas pela estudante desaparecida há 35 dias terão reforço de geólogo da Unesp

Professor usará um aparelho chamado georadar (GPR) para analisar o solo do sítio onde morava o suspeito

por Diego Bressant*
Publicado em 17/07/2025 às 16:44Atualizado em 17/07/2025 às 19:44
Carmen de Oliveira Alves, 25 anos, estudante de zootecnia na Unesp de Ilha Solteira está desaparecida há mais de um mês (Facebook)
Carmen de Oliveira Alves, 25 anos, estudante de zootecnia na Unesp de Ilha Solteira está desaparecida há mais de um mês (Facebook)
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A Polícia Civil de Ilha Solteira continua pelo 35º dia nas investigações sobre o sumiço de Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida desde o dia 12 de junho, ao sair do campus II da Unesp.

Segundo o delegado Miguel Rocha, de Ilha Solteira, nesta sexta-feira, 18, as buscas terão o apoio de um geólogo e professor da Unesp, que usará um aparelho chamado georadar (GPR) para analisar o solo do sítio onde morava o suspeito.

Ainda segundo o delegado, uma moto pertencente ao namorado de Carmen e uma caminhonete pertencente ao policial militar aposentado, amante do primeiro suspeito, foram encaminhadas para a perícia, além dos aparelhos celulares de ambos. A perícia tem o objetivo de identificar possíveis indícios que colaborem para as investigações.

Questionado sobre a possibilidade de os suspeitos terem transportado Carmen ou seu corpo para outro local, o delegado afirmou que não há certezas, por isso a polícia insiste nas buscas pelo sítio.

Cronologia do crime e investigações

No dia 12 de junho, Carmen, que é uma mulher transsexual, foi vista pela última vez saindo do campus II da Unesp de Ilha Solteira, após realizar uma prova. Após o sumiço repentino, a polícia foi notificada, iniciando as investigações.

Primeiro foi traçado todo o caminho feito pela estudante através da análise de câmeras de segurança por estabelecimentos e casas da cidade. O último local onde ela teria sido vista com vida seria no Assentamento Estrela da Ilha, local onde o rapaz com quem ela mantinha uma relação amorosa morava.

A partir daí, a polícia solicitou a quebra de sigilo e a interceptação telefônica dos celulares da vítima e de dois suspeitos. Com base nas investigações, constataram que a jovem chegou ao sítio do namorado e não saiu do local.

A polícia passou a investigar o caso como um possível feminicídio, já que o namorado da vítima e um policial militar aposentado, com quem o primeiro suspeito mantinha relações, teriam matado Carmen e ocultado o corpo. Ambos foram presos temporariamente para o andamento das investigações.

De acordo com o delegado do caso, a motivação do crime seria o fato de que Carmen teria descoberto que o suspeito com quem se relacionava estaria envolvido em furtos e roubos de fios de cobre em Ilha Solteira, montando uma espécie de dossiê em seu computador.

As buscas por Carmen ou pelo seu corpo continuam. Até o momento, não foram encontrados vestígios da jovem ou da bicicleta elétrica que utilizava no dia do desaparecimento. Ambos os suspeitos permanecem presos e, até o momento, não confessaram o crime.

*Estagiário sob supervisão de Gabriel Vital