Caso Carmen: buscas pela estudante desaparecida há 35 dias terão reforço de geólogo da Unesp
Professor usará um aparelho chamado georadar (GPR) para analisar o solo do sítio onde morava o suspeito

A Polícia Civil de Ilha Solteira continua pelo 35º dia nas investigações sobre o sumiço de Carmen de Oliveira Alves, de 25 anos, desaparecida desde o dia 12 de junho, ao sair do campus II da Unesp.
Segundo o delegado Miguel Rocha, de Ilha Solteira, nesta sexta-feira, 18, as buscas terão o apoio de um geólogo e professor da Unesp, que usará um aparelho chamado georadar (GPR) para analisar o solo do sítio onde morava o suspeito.
Ainda segundo o delegado, uma moto pertencente ao namorado de Carmen e uma caminhonete pertencente ao policial militar aposentado, amante do primeiro suspeito, foram encaminhadas para a perícia, além dos aparelhos celulares de ambos. A perícia tem o objetivo de identificar possíveis indícios que colaborem para as investigações.
Questionado sobre a possibilidade de os suspeitos terem transportado Carmen ou seu corpo para outro local, o delegado afirmou que não há certezas, por isso a polícia insiste nas buscas pelo sítio.
Cronologia do crime e investigações
No dia 12 de junho, Carmen, que é uma mulher transsexual, foi vista pela última vez saindo do campus II da Unesp de Ilha Solteira, após realizar uma prova. Após o sumiço repentino, a polícia foi notificada, iniciando as investigações.
Primeiro foi traçado todo o caminho feito pela estudante através da análise de câmeras de segurança por estabelecimentos e casas da cidade. O último local onde ela teria sido vista com vida seria no Assentamento Estrela da Ilha, local onde o rapaz com quem ela mantinha uma relação amorosa morava.
A partir daí, a polícia solicitou a quebra de sigilo e a interceptação telefônica dos celulares da vítima e de dois suspeitos. Com base nas investigações, constataram que a jovem chegou ao sítio do namorado e não saiu do local.
A polícia passou a investigar o caso como um possível feminicídio, já que o namorado da vítima e um policial militar aposentado, com quem o primeiro suspeito mantinha relações, teriam matado Carmen e ocultado o corpo. Ambos foram presos temporariamente para o andamento das investigações.
De acordo com o delegado do caso, a motivação do crime seria o fato de que Carmen teria descoberto que o suspeito com quem se relacionava estaria envolvido em furtos e roubos de fios de cobre em Ilha Solteira, montando uma espécie de dossiê em seu computador.
As buscas por Carmen ou pelo seu corpo continuam. Até o momento, não foram encontrados vestígios da jovem ou da bicicleta elétrica que utilizava no dia do desaparecimento. Ambos os suspeitos permanecem presos e, até o momento, não confessaram o crime.
*Estagiário sob supervisão de Gabriel Vital