Diário da Região

Roubos caem, mas furtos e homicídios sobem na região

Em Rio Preto, número de furtos cresceu  15% no primeiro semestre deste ano, puxado  pelos crimes relacionados a fios de cobre

por Redação
Publicado em 01/08/2025 às 21:22Atualizado em 02/08/2025 às 00:30
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Estatísticas divulgadas pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) mostram que aumentaram em 15% os crimes de furto em Rio Preto no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Os números passaram de 3.335 ocorrências para 3.831 – acréscimo de 496 casos. A região também registrou aumento, embora menos expressivo: passou de 7.310 para 7.494 registros, o que representa subida de 2,5%.

Para o advogado Azor Lopes, ex-comandante da Polícia Militar e especialista em Segurança Pública, o aumento é puxado pelos furtos de fios de cobre – modalidade de crime que está tirando o sossego de comerciantes e proprietários de imóveis desocupados. Azor classifica o furto como o maior desafio de Segurança Pública no País.

“A solução passa pelo diagnóstico inteligente. É preciso identificar, por meio da análise qualitativa dos boletins de ocorrência, quais objetos têm sido os alvos principais dos criminosos. Hoje são os fios de cobre, em um passado recente, foram os botijões de gás. A partir dessa informação o próximo passo é descobrir para onde estão indo esses produtos. Há um mercado paralelo de receptadores, inclusive com CNPJ”, diz.

Na última semana, a Polícia Civil deflagrou a operação Cegueira Deliberada para reprimir a receptação de metais. Ao todo, 37 estabelecimentos de seis cidades da região foram vistoriados e uma tonelada de material sem comprovação de origem foi apreendido.

Nesta semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 15.181 que aumenta a pena para quem furta ou rouba fios de cobre, podendo chegar a 15 anos.

Queda

O relatório da SSP aponta para a melhora dos indicadores de roubo, que apresentaram redução 14% na região e de 8% em Rio Preto. A queda também reflete nas ocorrências de latrocínio, que diminuíram de 5 para 2 casos na região, e de 2 casos para nenhum em Rio Preto.

Diretor da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), o delegado Fernando Tedde atribui a redução ao trabalho integrado com o Grupo de Operações Especiais para captura de criminosos condenados pela Justiça, o que evita a reiteração.

“Realizamos reuniões mensais com a Polícia Militar para trocar informações e mapear regiões com maior incidência de crimes, visando operações estratégicas”, afirma.

Aumento

Já em relação aos homicídios, a região registrou aumento de 15%. Rio Preto, que enfrenta há cinco anos uma escalada da violência envolvendo “guerra de bairros”, registrou três casos a mais, passando de 19 mortes para 22. A quantidade de tentativas de homicídio, porém, caiu de 45 para 30 – o que representa diminuição de 33%.

“Nossa metodologia tem sido a pronta resposta. A partir da ocorrência, há o esforço das equipes para a rápida identificação do autor e sua prisão”, justifica Tedde.