Reforma do sistema político
A constituição não deveria permitir que um candidato ou candidata assumisse o executivo por mais de duas vezes consecutivas, ou não

Temos vários problemas a serem resolvidos no Brasil, desde a educação básica até o sistema político vigente. Não temos um projeto de desenvolvimento econômico de médio e longo prazo. O País está perigosamente polarizado e passou da hora de semearmos novas lideranças.
Precisamos recomeçar, acabar com as capitanias hereditárias do nosso tempo, nas quais os donos do poder vivem de privilégios, enquanto a maioria não vê a menor possibilidade de ascensão social e pouca esperança de uma vida melhor.
É preciso renovar o poder executivo dos três entes federativos (presidente da república, governadores e prefeitos). A maioria dos nossos ex-presidentes e governadores já exerceram dois ou mais mandatos.
Em pelo menos quinze estados brasileiros, tivemos nas últimas três décadas, quatro ou cinco pessoas se alternando no poder, na maioria das vezes integrantes da mesma família que dominam a política há décadas, qual nome poderíamos dar a isto a não ser uma nova capitania hereditária.
Não há surgimento de novas lideranças, de novas ideias, não há oxigenação no precário sistema político aqui implantado. O sistema criou amarras que não permite mudanças, o poder está sempre na mão do avô, pai, filho ou sobrinho da mesma família. É um monopólio político que atrasa e emperra o nosso desenvolvimento econômico, são governos do toma lá, da cá.
Necessitamos de políticos sem vícios ou pelo menos com um olhar diferente para um mundo que está se transformando de forma acelerada, dar vitalidade e fazer um País diferente do que sempre foi, socialmente mais justo, com desenvolvimento sustentável.
Não tem como preservar a identidade nacional e a democracia com tantos interesses escusos em jogo. Primeiro, tivemos os caminhões como palanques; agora, temos a Internet, as redes sociais, e raramente se vê propostas ou programas efetivos que poderiam mudar o País de patamar. Com isso, a pobreza e a desigualdade vão se alastrando, corroendo os pilares democráticos, daí para convulsões sociais é um pulinho.
O Brasil merecia muito mais do que está sendo oferecido pelos nossos políticos, apesar de termos técnicos altamente qualificados. Somos a nona economia do mundo, a quinta maior população mundial e a quarta maior área territorial. A constituição não deveria permitir que um candidato ou candidata assumisse o executivo por mais de duas vezes consecutivas, ou não.
Por aqui, o presidente Lula já está no terceiro mandato, com probabilidade de assumir um quarto. Não tem como isto dar certo com ele ou qualquer outro candidato. A rotatividade no poder oxigena o sistema como um todo, dando uma maior rotatividade no executivo e faria um bem enorme para o sistema.
Não há democracia sustentável com sistemas políticos e econômicos precários, o pouco que muda ocorre de forma lenta, não acompanha nem as atuais e nem as novas demandas desse novo mundo.Sendo assim, se nada for feito, a tendência é andarmos para trás. Com as mudanças, reformas, novas gestões, podemos começar a pensar num futuro melhor para as novas gerações.
Não é factível, um país ter mais de 60% da sua população vivendo com renda média mensal bruta de um salário mínimo e termos regiões, como o Norte e o Nordeste (as mais desiguais), cidadãos com renda per capita 35% menor do que a renda nacional e com expectativa de vida ao nascer cinco anos inferior à média nacional.
O enfrentamento e solução para esta situação passa por um novo sistema político-administrativo.