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SAÚDE

Imunização em adultos e idosos: uma defesa vital para a saúde

Especialistas destacam a importância da vacinação, principalmente, após os 60 anos para prevenir infecções e doenças, reduzir internações e aumentar a expectativa de vida com qualidade

por Francela Pinheiro
Publicado há 11 horasAtualizado há 7 horas
Imunização em adultos (Freepik/Divulgação)
Imunização em adultos (Freepik/Divulgação)
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As vacinas do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede particular são imprescindíveis para os primeiros meses e anos de vida. Mas, você sabia que elas também são importantes barreiras para proteger a saúde de adultos e, principalmente, de idosos? A afirmação “as vacinas não servem só para crianças”, da médica da Atenção Integral da Saúde da Unimed Lívia Saes Vasques ilustra o que detalhamos a seguir: a importância dos imunizantes gratuitos e pagos para barrar infecções, amenizar quadros graves de doenças, internações e até mortes, em especial, a partir dos 60 anos, quando o sistema de defesa já não é mais o mesmo.

“As vacinas não servem só para crianças. Na idade adulta e para os idosos, elas continuam sendo fundamentais para proteger o corpo”, afirma Lívia Saes. Segundo a médica, além de evitar infecções, os imunizantes também reduzem os riscos das doenças evoluírem para quadros graves, internações e mortes. “Nos adultos e idosos, vacinas como a da gripe e pneumonia já foram comprovadas que reduzem infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, orientou a médica.

De acordo com Lívia Saes, a ação dos imunizantes pode ir além e reduzir até riscos de demência. “Infecções como gripe, Covid, pneumonia e herpes-zoster causam inflamação generalizada no corpo e no cérebro e estudos mostram que a vacinação regular durante a vida adulta pode reduzir o risco de desenvolver Alzheimer em até 40%”, apontou a médica. Sendo assim, segundo a médica, a vacina não previne só o acometimento de um órgão, mas também proteção do corpo, “aumentando a chance de se tornar longevo”, diz Lívia.

O infectologista Inaldo Júnior afirma que um exemplo da força das vacinas contra doenças, complicações e mortes foi provado na pandemia, quando vários meios de proteções à infecção foram utilizados, mas não foram eficazes como os imunizantes. “Utilizamos máscaras, distanciamento físico, fechamos comércios, escolas, usamos placas de acrílicos, um tanto de ferramenta e a gente só venceu a pandemia com as vacinas porque as vacinas são sem dúvida nenhuma a principal estratégia”, reforça.

Segundo Inaldo, principalmente a partir dos 60 anos, as vacinas são como capacetes usados por motociclistas. “A vacina é o nosso capacete, quando a infecção vem, muitas vezes a vacina não deixa nem que a gente sinta, não é que a infecção não aconteceu, ela acontece, mas o nosso organismo conseguiu combater sem deixar nenhum sintoma”, explica. Segundo o médico, o principal objetivo do imunizante, portanto, é evitar agravamentos e mortes. “É combater as infecções mais graves, mais importantes, assim como é o principal objetivo do capacete”, complementa.

Adultos também precisam se vacinar

Para a fase adulta as recomendações de vacinas do SUS são a duplo adulto (que protege contra difteria e tétano), a vacina contra a hepatite B, gripe (influenza), febre-amarela e tríplice viral (vacina que protege contra sarampo, caxumba e rubéola), “e mais recentemente, a vacina contra a Covid-19, que entrou para o calendário depois da pandemia”, cita a enfermeira Roberta Cristina.

Já da rede particular, a enfermeira afirma que a recomendação depende da idade e do histórico de saúde. “Por exemplo, as vacinas pneumocócicas — como as versões 13, 15 e 20 valentes — ajudam a prevenir infecções graves, como pneumonia. Também podem ser indicadas as vacinas contra meningite ACWY e meningite B, principalmente até os 50 anos”, ressalta. A vacina contra HPV também é recomenda. “Especialmente até os 45 anos, visando à prevenção de cânceres relacionados ao vírus, como o de colo do útero e o de orofaringe”.

Ainda de acordo com Roberta, os adultos também é recomenda a vacina contra Herpes-zóster, que protege contra o vírus causador do popular “cobreiro” e da Hepatite A, principalmente para pessoas que não tiveram a doença na infância.

Vacinas para adultos:

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SUS

Tríplice Bacteriana (difteria, tétano e coqueluche)

Dupla adulto (difteria e tétano)

Gripe

Pneumocócicas

Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola)

Hepatites B

Febre Amarela

Covid-119

 

Rede Particular

Herpes zoster

Varicela (catapora)

Hepatite A

Hepatite A e B

HPV

Meningócicas conjugadas ACWY ou C

Meningocócica B

Dengue

Fonte: Recomendações da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) – 2025/2026

 

 

 

Aos 60+: as vacinas que você não pode ignorar

AOS 60+: AS VACINAS QUE  VOCÊ NÃO PODE IGNORAR (Freepik/Divulgação)
AOS 60+: AS VACINAS QUE VOCÊ NÃO PODE IGNORAR (Freepik/Divulgação)

Além das vacinas determinadas pelo Calendário Nacional de Vacinação, como hepatite B, dupla adulto, gripe e Covid-19, há imunizantes fora do SUS indispensáveis para a população idosa. O Infectologista Renato Ferneda de Souza afirma que a partir dos 60 anos as principais recomendações são de vacinas contra pneumonias bacterianas e virais – imunizantes que podem ser adquiridos na rede particular, “já que essas são as infecções de maior mortalidade em idosos, por isso a vacinação é importante porque contribuem para nosso sistema imunológico ter maior capacidade para conter a intensidade e reduzir o risco de morte”, ressalta.

Renato Ferneda ressalta que além da proteção individual, as vacinas são importantes proteções porque também constroem barreiras coletivas de imunização. “Além de ser uma ferramenta altamente segura e eficaz, contribui para uma proteção responsável e coletiva da sociedade que evita sobrecarga dos sistemas de saúde em caso de surtos ou epidemias e também pode evitar muitas mortes”. Importância que é ainda mais imprescindível para os idosos. “A partir dos 60 anos, a vacinação torna-se ainda mais importante, pelo fato do nosso sistema imunológico ir reduzindo sua efetividade com os passar dos anos (imunossenescência)”, complementa.

A médica da Atenção Integral da Saúde da Unimed Rio Preto, Lívia Saes Vasques, complementa que as vacinas do Herpes-zóster, meningocócica (meningite e outras infecções generalizadas) e pneumocócica (prevenção de doenças como pneumonia e meningite bacteriana) são fundamentais para evitar infecções graves e hospitalizações. “Além disso, evitam reativações virais prejudiciais ao sistema nervoso como o vírus da varicela-zoster e reduzem descompensação das doenças de base e mortalidade nesta faixa etária, como a do Herpes-zoster”.

Outro imunizante recomendado preveni o vírus sincicial respiratório (VSR), responsável por quadros graves de infecção respiratória em idosos. “Essa vacina ainda não faz parte do calendário nacional, mas já está disponível na rede privada e pode ser especialmente benéfica para pessoas com comorbidades ou maior fragilidade imunológica”, afirma a enfermeira Roberta Cristina da Silva Leite, responsável técnica da sala de vacina da Unimed.