As altas temperaturas castigam todo mundo nesta época do ano. Entretanto, uma parcela da população precisa de atenção especial: os idosos, que sofrem com as alterações naturais do organismo ocasionadas pela idade. A percepção de calor após determinada idade fica alterada, o corpo desidrata, há menos suor e a temperatura corporal pode aumentar. "Idosos perdem, com o tempo, a adaptação ao calor devido a alterações dos pontos térmicos do corpo e, com isso, não percebem as grandes variações térmicas", explica o cardiologista Luiz Antônio Bettini, professor de medicina da Universidade Positivo.
"Em razão da maior fragilidade física, os idosos requerem cuidados específicos para evitar problemas e manterem uma boa saúde durante a estação. As elevadas temperaturas podem provocar problemas, como a desidratação, hipotensão (quedas de pressão) e hipertermia (aumento da temperatura corporal) devido ao calor excessivo. Além disso, podem sentir indisposição alimentar e problemas respiratórios", afirma Fabiana Prestes Silva, professora do curso de tecnologia em gerontologia.
"Com o avançar da idade, os mecanismos de controle naturais se tornam menos eficientes, assim como os sistemas corporais começam a declinar, o que resulta em uma menor capacidade de adaptação a ambientes extremos", explica o enfermeiro Cristiano Caveião, doutor em enfermagem e coordenador da área da saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.
Com o passar dos anos o sistema nervoso central diminui ou deixa de enviar para o corpo os estímulos nervosos responsáveis pela sensação de sede e pelo controle da urina - isso faz com que bebam pouca água, mesmo no verão e urinem com bastante frequência, podendo desidratar-se sem sentir.
Atento para outras doenças
Para os idosos que apresentam quadros de diabetes e hipertensão o alerta é ainda maior, já que a medicação para esses casos pode influenciar na eliminação dos líquidos. "Os idosos que sofrem de tais doenças devem procurar seus médicos nesta época do ano para readequar o tratamento. Não dá para ingerir as mesmas doses de diuréticos e insulina que usam durante o resto do ano", explica o cardiologia Luiz Antônio Bettini.