Esperança, certamente, tem sido uma das principais razões para que muita gente acredite em dias melhores. Não é para menos. Muitos especialistas veem nela a emoção ou sensação mais importante que uma pessoa pode experimentar e que essa associação com o último suspiro é um elemento importante para a realização interior, a qualidade de vida e até para a saúde.
A psicologia vem estudando justamente o motivo de algumas pessoas esbanjarem essa crença emocional, enquanto outras passam a vida toda sem conhecer a sensação. O pesquisador norte-americano Charles S. Snyder, autor do livro "A psicologia da esperança" (The Psychology of Hope) entende o sentimento como uma ideia motivacional que possibilita a uma pessoa acreditar em resultados positivos para suas metas e aspirações. Segundo ele, a pessoa que tem esperança consegue desenvolver estratégias de vida e de sobrevivência de forma mais eficaz e reúne motivação para colocá-las em prática.
Segundo uma nova pesquisa feita pela Universidade de East Anglia, na Inglaterra, ser uma pessoa esperançosa pode ajudar a evitar a adoção de comportamentos de risco, como o consumo de álcool e drogas, a ingestão de comida em excesso ou o vício do jogo. O sentimento pode assim contribuir para uma vida mais feliz e otimista. "Acho que a maioria das pessoas, em algum momento das suas vidas já teve de lidar com a privação relativa. Este é um sentimento de infelicidade com a sorte que se tem, levando-nos a crer que a nossa situação é pior do que a das outras pessoas", explica Shahriar Keshavarz, pesquisador da Escola de Psicologia da Universidade de East Anglia.
Entretanto, apesar de a privação relativa estar associada a emoções negativas, como é o caso da raiva e à tendência para a adoção de comportamentos de risco, segundo a pesquisadora, a verdade é que "nem todas as pessoas com este quadro fazem escolhas de vida erradas."