Parafraseando Frejat, na fila do cinema, na esquina, na mesa do bar ou, por que não, no Instagram? O aplicativo completou 10 anos com a marca de 1 bilhão de usuários, e é considerado uma das maiores redes sociais do mundo, permitindo a interação entre as pessoas por meio do compartilhamento de fotos e vídeos, curtidas, comentários, mensagens de forma privada no famoso "direct", e o "stories", que são postagens de fotos ou vídeos curtos que permanecem disponíveis para visualização apenas por 24 horas, e depois são excluídas e ninguém mais pode visualizar.
Talvez não seja surpresa, mas a plataforma tornou-se há muito tempo uma ótima aliada para alavancar relacionamentos, sendo eleita por muitos usuários como o "novo Tinder", só que de maneira menos artificial.
Para Eduardo Thomaello, especialista em marketing digital e gerenciamento de redes sociais, pessoas que não estão apenas buscando um encontro casual, mas, sim, um relacionamento saudável e duradouro, tendem a perceber o Instagram como mais adequado para esta finalidade. "O Tinder, muitas vezes, é usado para encontros esporádicos e, pelo meio, perde-se o interesse de constituir uma relação mais duradoura. Para algumas pessoas, admitir que conheceu alguém no Tinder pode ser constrangedor, enquanto dizer que conheceu alguém no Instagram soa mais moderno. Com o Instagram, flertamos com pessoas cujos interesses se parecem com os nossos ou nos atraem, e é a plataforma onde todos os nosso mundos, amor, negócios, criatividade e interesses se encontram convenientemente”, explica.
Seguir de volta
Tudo começa com um seguindo o perfil do outro, aquela básica bisbilhotada nas postagens, a checagem dos lugares aonde cada um frequenta, os gostos e amigos em comum, e, depois de algumas curtidas e boa interação, eis que surge o primeiro encontro e chances promissoras de um relacionamento duradouro e boas histórias, como a da Nayara Fernanda da Silva, de 31 anos, e do Victor Luccas, de 29, que estão juntos há dois anos e meio.
"Tudo começou pelo Instagram. Ele pediu pra me seguir, eu aceitei e segui de volta, e então ele passou a 'reagir' aos meus 'stories', puxando assunto comigo. Após um mês do primeiro encontro começamos a namorar e com três meses de relacionamento decidimos morar juntos', conta Nayara.
Érica Braz, 29, mantém seu perfil ativo no Instagram compartilhando fotos e vídeos quase que diariamente, e conta que já teve um namorado que conheceu pelo Instagram. "Durou 1 ano e 8 meses. Tínhamos amigos em comum e começamos a seguir o perfil um do outro. Após interações e conversas com frequência, marcamos um cinema e não nos desgrudamos mais até o fim do relacionamento", relata.
Vini Vicente, 22, usa o Instagram como ferramenta de trabalho, mas afirma que com frequência recebe mensagens pessoais e, inclusive, já se relacionou com alguém que conheceu pela rede social. "Ele curtiu várias fotos minhas, me chamou no 'direct', trocamos ideia e nos encontramos, mas hoje somos apenas amigos", relata.
Identidade virtual
Diferentemente de aplicativos como o Tinder, um dos benefícios do Instagram como aliado da conquista é a quantidade de imagens e informações da pessoa, facilitando na decisão se vale a pena ou não interagir.
Para Vini, poder acompanhar a vida da pessoa é justamente uma das vantagens em relação ao Tinder: "O Instagram é um portifólio. É um verdadeiro baú de histórias", comenta.
Thomaello ressalta que quanto maior o volume de pessoas, maior a chance de encontrar um relacionamento. "No Brasil, 140 milhões de pessoas usam redes sociais, e destas, 79% possuem um perfil no Instagram. Quem visita o seu perfil social público tem acesso a todas essas informações e preferências pessoais geradas por você mesmo, permitindo uma melhor análise das afinidades emocionais, intelectuais e afetivas", explica.
"No Instagram as pessoas querem ser vistas. Eu, particularmente, gosto de postar fotos, gosto de compartilhar o que faço, o meu dia a dia. É uma forma de dizer 'estou aqui, essa sou eu'. E hoje, mesmo que você conheça alguém pessoalmente, uma das primeiras perguntas é 'qual o seu Instagram?', então, a rede social é praticamente nossa identidade, nosso cartão de visitas", afirma Érica.