Como dizia o ex-prefeito Manoel Antunes, quem nasce em Rio Preto é rio-pretense, quem vive a cidade é "rio-pretista". Um deles é o mato-grossense de Ponta Porã Adeildo Pinto da Silva, o Bozó. Na sua infância, em Corumbá, a presença do violão já era diária em sua vida através de seu pai, Antenor Pinto, um exímio concertista e autor de método de ensino do violão. E ele seguiu os passos do pai. Mas só começou sua carreira musical profissionalmente em Rio Preto, no Automóvel Clube, em 1999.
Hoje já é um dos maiores músicos da noite da cidade e de toda região. E pudera! Além de excelente músico, Bozó tornou-se uma unanimidade entre os proprietários de bares, casas de shows e clubes. Ele, seu parceiro, o ex-promotor de Justiça Eli Buchala, e amigos formam a banda Bozó, Eli & Amigos e arrastam uma legião de fãs por onde passam. Tudo com um profissionalismo de cair o queixo, coisa meio rara no meio musical.
Mas o que muitos não sabem é que Bozó foi um tremendo profissional do esporte, mais precisamente o voleibol. E começou aqui, em 1980, quando veio fazer teste no time juvenil do Automóvel Clube. Não só passou como foi a estrela do time, que ficou em 4º lugar no campeonato paulista. Mas o time foi extinto e o Palestra abraçou a equipe para disputar a 2ª divisão paulista. Foram campeões e Bozó, novamente, foi a sensação. Depois jogou no Copagas, em 1985, junto com os craques da seleção Pampa e Paulão e, em 1986 e 1987, no Chapecó, quando a equipe representou o Brasil numa Universíades, em 1987, em Zagreb, na antiga Iugoslávia (hoje Croácia).
Nesta época o time era dirigido pelo histórico técnico Bebeto de Freitas. Em ambos foi campeão estadual. Foi emprestado ao Vasco da Gama do Rio de Janeiro antes de chegar ao Time da Telesp, em 1988, sagrando-se vice campeão paulista, jogando junto com o campeão olímpico Maurício. Em 1989 foi para o Frangosul, sagrando-se bicampeão gaúcho, vice campeão brasileiro e Sul-Americano. De 1991 a 1997 atravessou o Atlântico e foi jogar no Benfica, de Portugal, tornando-se campeão português, da Taça de Portugal e da Taça das Taças. É mole?
Em 1997, voltou ao país e para Rio Preto, de onde nunca mais saiu, encerrando a carreira no time do Palestra. Foi técnico da equipe feminina de Rio Preto por 3 anos, jogou pela cidade e foi campeão em todos os jogos regionais que participou. Trabalhou por 21 anos no Palestra, até o fechamento, recentemente, e ainda atua no Sesi como professor há 19 anos.
Bozó de Ponta Porã? De Corumbá? Não. Bozó de Rio Preto e do mundo. Um "rio-pretista" gigante e querido por todos. Uma unanimidade.