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17.Fev.2021 às 19h07

Painel de Ideias

Sem Querer, Querendo

Sem querer, querendo, a família e sociedade reforçam a infantilização de adultos e transformam-nos em atores da vida real, tal como os personagens do seriado "Chaves"


Por: Mara Lúcia Madureira
Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental
Mara Lúcia Madureira, psicóloga cognitivo-comportamental - Divulgação

"El Chavo del Ocho", de Roberto Gómez Bolaños, é o seriado mexicano conhecido, no Brasil, por "Chaves". A tradução do espanhol é "O Moleque do Oito". O nome do garoto é desconhecido, chamam-no apenas de "Moleque". O nome próprio Chaves é uma adaptação grosseira para "chavo".

Chaves é pobre, órfão, ingênuo, distraído, criativo e feliz. Mora na casa de número 8 e utiliza um barril como esconderijo. Relaciona-se com Quico, o mais rico da vila, caprichoso, superprotegido, invejoso e manipulador, porém, com bom coração; Chiquinha, a menor e mais esperta; Nhonho, o estudioso e egoísta, porém, caridoso com Chaves, e Chapolin Colorado, o atrapalhado super-herói. Na Vila, as crianças, personagens interpretados por adultos, enfrentam competições entre si e problemas com os adultos, por mal-entendidos, distrações e traquinagens.

Na vida real, com certa frequência, deparamo-nos com adultos, interpretando crianças. São pessoas infantilizadas por pais, avós, tios e cônjuges que os subestimam, assumem suas responsabilidades e seus papéis sociais. A dinâmica da regressão ocorre de modo imperceptível. As causas frequentes estão associadas ao baixo rendimento escolar, à dificuldade de ajustamento, resistência em assumir responsabilidades, comportamentos rebeldes e desafiadores, uma grande perda material ou afetiva, dependência de álcool ou outras drogas.

Para muitas famílias, a ideia de normalidade é doentia - uma visão equivocada de perfeição e felicidade que só existem nas pregações religiosas conservadoras, shows de coachs e conversas furadas de grupos sociais inautênticos. Por falta de parâmetros realistas, elas se apegam a modelos idealizados e tentam, da pior forma, "normalizar" as aparências.

Para muitas famílias, a culpa, originada pela crença de fracasso na educação dos filhos ou falha na escolha de um cônjuge, materializa-se em uma crescente carga opressora: o medo do jugo público. A estratégia mais comum para evitar a exposição é colocar panos quentes para abafar os problemas, em vez de enfrentá-los.

A noção de "normal" como um padrão de desempenho perfeito, promove a pressuposição de que qualquer dificuldade, no enfrentamento dos desafios da vida, constitui uma deficiência. A subestimação ou supervalorização das capacidades e aptidões das pessoas por uma deficiência é denominada capacitismo.

Um exemplo comum de capacitismo é a oscilação do pensamento entre os extremos da incompetência e genialidade: "Não adianta. Se eu não fizer ele não faz. Ele não dá conta. Mas é uma pessoa inteligentíssima para certas coisas. Quando ele quer (ou quando está fora das drogas) é a melhor pessoa do mundo". Essa fala contém a afirmação da incapacidade, o mea-culpa por admiti-la e um certo heroísmo por "dar conta" do outro.

Tudo é tão estrutural e inconsciente que, sem querer, querendo, a família e sociedade reforçam a infantilização de adultos e transformam-nos em atores da vida real, tal como os personagens: Quico, inteligente que se acha idiota, insatisfeito, cobiça a felicidade simplória dos outros e recorre à mãe para resolver seus problemas; Chiquinha que usa sua esperteza para dar golpes nos amigos, e Chaves, com quem ninguém tem paciência, eventualmente, presta serviços à Dona Clotilde e se refugia num barril.

Inconscientes da própria condição, os adultos capacitistas e os infantilizados perpetuam o modelo de superproteção, privação do direito ao crescimento e estagnação do desenvolvimento. Nas palavras de Bolaños, "O pior erro que podemos cometer é parar de evoluir".

MARA LÚCIA MADUREIRA, Psicóloga cognitivo-comportamental em Rio Preto. Escreve quinzenalmente neste espaço às quintas-feiras.

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