A Covid ceifa vidas, despedaça famílias, sobrecarrega o sistema de saúde e enlutece a sociedade. Como consequência, ela interrompe sonhos, leva empresas à falência, traz impactos nefastos para a economia e amedronta a população.
De todos impactos indiretos provocados pela pandemia, nenhum é mais terrível que a fome. Por isso, reportagem deste domingo do Diário revela uma verdadeira corrente do bem que tem atuado, de maneira silenciosa, para amenizar o drama de famílias em situação vulnerável.
São entidades, empresários, ONGs, grupos religiosos e o poder público agindo para garantir a subsistência de pessoas em Rio Preto que vivem abaixo da linha da pobreza. Sem alarde, a corrente do bem tem atuado conforme o princípio cristão: "Não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita".
Só neste ano, de acordo com levantamento feito pela reportagem, 150 toneladas de alimentos foram doados à população socialmente mais vulnerável. O número de pessoas abrigadas por essas ações é impossível de medir, mas são milhares de rio-pretenses que simplesmente não tinham o que colocar no prato.
A vida das famílias mais pobres ficou ainda mais dramática após o fim do auxílio emergencial, no ano passado. No próximo dia 6 de abril, o benefício volta a ser pago, mas os valores, que poderiam chegar até a R$ 1.200 em 2020, caíram bastante. O tíquete médio dessa rodada é de R$ 250, mas pode variar de R$ 150 a R$ 375 a depender da composição de cada família.
Ainda não há previsão para o fim da pandemia. Única solução possível, a vacinação no país todo caminha a passos lentos e muito dificilmente a população será totalmente imunizada até o fim de 2021. Até lá, o desemprego vai continuar e muitas pessoas precisarão lutar dia após dia para garantir o seu sustento.
Por isso os elos desta corrente não podem se quebrar. Que continuem dando amparo a quem não tem condições de manter o mínimo da dignidade humana, que é o alimento na mesa.
Independentemente de credo, que a Páscoa comemorada neste domingo, 4, seja para valorizar a solidariedade. Sem ela, milhares de rio-pretenses simplesmente não teriam o que comer. Pais e mães de família não teriam como alimentar os seus filhos. Que as boas ações sejam multiplicadas por aqueles que têm condições de ajudar o próximo. Essa corrente do bem não pode jamais ser interrompida.