"A Coronavac faz da Covid doença que se resolve em casa". A definição, feita por uma das mais conceituadas biólogas brasileiras, Natalia Pasternak, resume à perfeição os resultados verificados durante os testes, já encerrados, com a vacina que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan, de São Paulo, em parceria com a empresa chinesa Sinovac e que deverá ser aplicada na população paulista a partir do próximo dia 25, segundo anúncio feito pelo governo do Estado.
Na terça-feira, diretores do Butantan e integrantes do comitê independente que acompanhou os trabalhos apresentaram em São Paulo os resultados que mostram a eficácia da vacina em testes feitos em 16 centros de pesquisa no Brasil, entre eles a Faculdade de Medicina de Rio Preto, em estudo coordenado pelo pesquisador Maurício Lacerda Nogueira.
A eficácia geral da Coronavac é de 50,38% e de 77,9% em casos leves da doença. Isso significa que a pessoa que tomar a vacina terá 50,38% de chances de não contrair Covid. Mas, se for contaminada, essa pessoa terá 77,9% de chances de não desenvolver sintomas e, caso os tenha e precise de assistência médica, terá cem por cento de probabilidade de não precisar ser internado. Esta é a síntese, fundamental, da eficiência do imunizante. Daí a frase da bióloga de que, após a vacinação, a Covid será, aí sim, um "resfriadinho" que se resolve em casa.
As pesquisas feitas com a vacina envolveram 9.242 voluntários no País, 600 deles em Rio Preto, todos profissionais de saúde. Nenhum precisou ser internado nem apresentou efeitos colaterais e a eficácia da vacina contra a forma mais grave da doença foi total, isto é, ninguém que tenha participado dos testes desenvolveu doença pulmonar. Os voluntários ainda serão acompanhados por um ano para avaliar a segurança da vacina a longo prazo.
Esses esclarecimentos foram de extrema utilidade, pois a informação correta é a grande ferramenta pela qual a população poderá se prevenir da doença. Há, finalmente, uma luz no fim do túnel. Ou seja, temos uma vacina que é segura e eficaz. E é isso o que interessa à população, não embates políticos que nada têm a ver com saúde pública e que servem apenas para atrasar o início da campanha de vacinação em massa, que interessa a todos.