Em meio ao aumento do número de casos e de internações pela Covid, o anúncio de que a vacina Coronavac tem 78% de eficácia em casos leves da doença e de 100% em casos moderados e graves representa uma grande esperança para todos os brasileiros e, em especial, paulistas que, de acordo com a previsão do governo estadual, devem começar a ser imunizados no dia 25 de janeiro, após obter autorização da Anvisa. Um alento num momento em que a disseminação do coronavírus está acelerada.
Segundo divulgado ontem pelo governador João Doria e membros do Comitê de Contingência contra o Coronavírus do Estado, o Instituto Butantan, que produz a vacina em parceria com o laboratório chinês Sinovac, já pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorização para o uso emergencial do imunizante, o que pode levar até dez dias.
Dois aspectos muito importantes a respeito desta vacina devem ser destacados: sua eficácia superior a 50% (o mínimo exigido pelos órgãos reguladores) e o fato de que é um imunizante que já está sendo produzido no Brasil. Os testes clínicos da Coronavac foram feitos com mais de 12 mil voluntários, todos profissionais da saúde, em 16 centros de pesquisa, incluindo Rio Preto. Nenhum voluntário que participou do desenvolvimento da vacina precisou ser hospitalizado ou teve algum efeito colateral relevante. Tudo indica que a Coronavac é eficaz e segura. É o que todos esperam.
O Estado de São Paulo tem 10,8 milhões de doses da vacina à disposição e espera a chegada de mais 35 milhões até fevereiro. Segundo o planejamento do governo estadual, a primeira etapa da campanha de imunização irá de 25 de janeiro a 28 de março, direcionada a 9 milhões de pessoas, sendo idosos, profissionais de saúde e indígenas, que constituem o grupo prioritário.
No mesmo dia em que o governador anunciou o índice de eficácia da vacina, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello disse que o governo federal está fechando um contrato para comprar 100 milhões de doses e que a campanha nacional de imunização deve começar em 20 de janeiro. O ministro informou que o plano é ter 8 milhões de doses de vacina à disposição para o começo da campanha, sendo 6 milhões da Coronavac e 2 milhões da produzida pela Universidade de Oxford, em parceria com a farmacêutica AstraZêneca.
O mais importante, sem dúvida, é que, pelo menos em São Paulo, estamos a um passo da tão esperada vacinação em massa contra a Covid. Acima de disputas políticas e ideológicas, a saúde da população deve prevalecer sempre. Que venha a vacina.