A crise econômica brasileira vem se acelerando a cada ano que passa. Pouca coisa foi feita nos últimos dez anos para reverter a situação. Se não bastasse a pandemia do coronavírus, que assola o mundo, e que pesou muito mais para nós em função do negacionismo do atual governo e da falta de planejamento e logística.
A economia responde de forma negativa e vai deixando milhares de famílias desempregadas, vai fechando empresas tradicionais e históricas que outrora foram orgulhos do País. O saldo dessa pandemia deixará marcas seculares e cicatrizes profundas no cotidiano das pessoas e nas empresas.
Uma delas entre tantas é deixar de figurar entre as dez maiores economias do mundo. Terminamos 2020 atrás do Canadá, Coréia do Sul e Rússia. Os dados são de um levantamento dos pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE--FGV) Manuel Balassiano e Cláudio Considera, com projeções feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
As projeções mostram que a crise do Covid-19 trará impactos na economia mundial. O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil passaria de US$ 1,8 trilhão no ano passado para US$ 1,4 trilhão no fim de 2020 - o que mostra que a economia brasileira seria ultrapassada por Canadá, Coréia do Sul e Rússia. Sem dúvida, a crise econômica se espalhou por todo o planeta e levará a uma forte retração da atividade econômica, que somente será revertida com a vacinação em massa, que já está ocorrendo nos países desenvolvidos e suas economias já dão sinais de recuperação.
No Brasil, onde a vida tem tido pouco valor, e se a vacinação continuar no ritmo que está, a população estará vacinada somente em meados de 2024, e aí fica fácil entendermos porque estamos perdendo posições importantes no ranking internacional das maiores economias do mundo. Se não fosse suficiente apenas a pandemia, a nossa moeda foi a que mais se desvalorizou em 2020, e isso continuará trazendo problemas seríssimos.
As análises mostram que considerando a métrica do dólar, a economia brasileira passou da 9ª maior economia do mundo em 2019 para a 12° maior em 2020. Fica claro que não é só a pandemia que vem causando esses estragos na nossa economia. A queda no ranking reflete também os riscos que o País oferece para os investidores.
Só para lembrar, em 2011 éramos a sétima economia do mundo, hoje somos a 12°. Isso se explica em grande parte pela variação cambial, dada às instabilidades do governo federal e pelo crônico processo fiscal que o País sempre enfrenta. A economia brasileira deve ter tido um crescimento negativo entre 4% e 5% em 2020, e segundo as projeções, de 3% neste ano, portanto não acreditem em falsas comemorações por parte do governo e seus apoiadores.
Se considerarmos esses três anos do atual governo a se completar no final de 2021, a economia terá tido um crescimento negativo. É importante salientar que quando se considera o dólar em Paridade de Poder de Compra (PPC), o Brasil em 2020 ocupa a 8° posição, fato importante, mas aí já é outra estória. Enfim, mais uma vez caímos no mesmo dilema, sem reformas estruturantes, política fiscal robusta, vacinação em massa e ágil, continuaremos caindo no ranking das maiores economias e no Índice de Esperança do brasileiro.