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22.Fev.2021 às 22h17

ARTIGO

Genocídio e silêncio

Ninguém imaginava que naquele congresso estava sentado um governante que em breve viria a ser um tirano


Por: João Francisco Neto

No inverno de 1884, iniciava-se na Alemanha a "Conferência de Berlin", em que se reuniram os principais países europeus, para regulamentar as novas ocupações do vasto território do continente africano. Na verdade, o que se queria mesmo era fazer a chamada "Partilha da África", ou seja, a divisão do território africano entre as potências europeias. Para isso, utilizavam-se dos seguintes "argumentos humanitários": levar o cristianismo aos povos pagãos; dotar aqueles povos dos benefícios do livre-comércio (que segue bem atual!); e acabar de vez com o trabalho escravo. Tudo muito nobre.

O que ninguém imaginava é que naquele congresso estava sentado um governante que em breve viria a ser um tirano sanguinário, cujo legado seria equiparado ao dos maiores carrascos da humanidade: era o rei Leopoldo II, o refinado e culto monarca do pequeno reino da Bélgica, que seria agraciado com uma enorme extensão de terras situadas no centro da continente africano, o Congo. Mais tarde, a área seria chamada de Zaire, e hoje vem a ser a República Democrática do Congo.

A particularidade aqui é que o rei Leopoldo receberia todo esse território em caráter pessoal, como se fosse um feudo. Entretanto, dizia ao mundo que a sua única intenção era desenvolver ações humanitárias, para promover o bem-estar da sofrida população local. Na prática, passou a administrar o Congo como se fosse um vasto campo de concentração, para auferir lucros e extrair riquezas, a qualquer custo. Durante todo o período da dominação belga, o Congo foi vítima de um atroz genocídio, que levaria à morte milhões de nativos.

O rei Leopoldo, tão logo tomou posse do território, e sem jamais ter pisado lá, passou a explorá-lo com um potencial de crueldade que não encontrava limites: castigos corporais, torturas, mutilações, execuções sumárias, exploração do trabalho infantil, e tudo o mais que pudesse aterrorizar os habitantes do Congo, para obrigá-los ao trabalho escravo. Para "recrutar" os homens para o trabalho, as mulheres eram aprisionadas, amputavam-se mãos e pés das crianças, executavam-se povoados inteiros, etc.

Dada a precariedade dos meios de comunicação da época, somente depois de muito tempo começaram a chegar à Europa os primeiros relatos dos crimes e atrocidades que ocorriam no coração da África. Pressionado, Leopoldo II se limitava a afirmar que tudo era feito em favor do bem-estar e da melhoria das condições de vida dos habitantes do "Estado Livre do Congo". De acordo com os historiadores, o número de vítimas do genocídio belga no Congo pode ter chegado a 10 milhões de pessoas, um número assombroso, muito superior ao do holocausto judeu. Causa espanto que um genocídio de tamanha proporção tenha sido praticamente apagado da história. Sobre esse assunto há um livro-denúncia, publicado em 1998 - "O Fantasma do Rei Leopoldo" -, de autoria de Adam Hochschild, professor da Universidade de Berkeley (EUA). Todavia, o genocídio continua desconhecido pela maioria das pessoas. Recentemente, o movimento "Black Lives Matter" vem remexendo a história para despertar esses fantasmas que assustam o povo belga.

João Francisco Neto, Advogado, doutor em Direito Econômico e Financeiro (USP); Monte Aprazível

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