A construção de um local adaptado para atender os anseios dos comerciantes e consumidores, propiciando um espaço de convivência, lazer e recreação a população da nossa cidade. Assim começaram as discussões da criação do Calçadão na diretoria da Acirp, em 9 de novembro de 1978. Com a consolidação do projeto, o presidente Anatol Konarski, com o intuito de preservar a classe empresarial, se reuniu com o então prefeito Adail Vettorazzo para propor que fosse feita inicialmente uma experiência de 90 dias.
A Acirp se manteve presente durante todo o processo de discussão, obras e implantação do Calçadão, representando os empreendedores e pedindo cautela aos órgãos públicos para que não houvesse prejuízo ao comércio. Passado um período da sua inauguração, o local tornou-se uma referência de modernidade e desenvolvimento do interior paulista, firmando-se como principal centro de compras de municípios do Noroeste Paulista, sul do Triangulo Mineiro e do Mato Grosso do Sul.
Porém, ao longo dos anos, o desgaste natural das estruturas, o crescimento populacional, os desafios de mobilidade urbana, aumento da criminalidade e da população em situação de rua; somado a mudança das formas de consumo advindas do avanço da tecnologia, a instalação de shopping centers e hipermercados, se fez necessário rever e atualizar os conceitos do centro de compras. Em 31 de março de 2010 o presidente à época, Mauricio Bellodi, e sua diretoria, contratou e doou à Prefeitura um projeto de revitalização da área central, incorporando tendências modernas aplicadas em calçadões de diversas cidades, entre elas: restauração de praças, passeio público, abertura de ruas, instalação de câmeras de segurança de alta tecnologia, coleta seletiva de resíduos e depósito de lixo orgânico em contêineres especiais, entre outros.
O Calçadão é um dos nossos cartões postais. Depois de terminada a segunda etapa da obra de revitalização, ficará ainda mais atrativo. Porém, depois de mais de 40 anos de sua implantação, a discussão sobre sua modernidade e abertura para trânsito de veículos é mais do que necessária, é essencial. A passagem dos carros gera estranhez, assusta adultos e crianças desavisadas, mas também pode trazer novos consumidores com maior poder aquisitivo, novos estabelecimentos - que geram emprego e renda; aumento de faturamento; valorização dos imóveis; maior exposição e visibilidade das empresas.
Toda mudança de costume normalmente vem atrelada a uma resistência, que é causada muitas vezes por uma cultura enraizada que não nos permite olhar o novo. Temos exemplos bem sucedidos deste modelo de revitalização que permitem a passagem de carros, como Curitiba (PR), e em cidades próximas como Catanduva e Votuporanga.
Importante deixar claro que a Acirp, como representante e defensora dos interesses do setor produtivo, estará sempre ao lado da classe empreendedora. Desta forma, vamos analisar a proposta de abertura das ruas e realizar um estudo sobre os pontos fortes e fracos, as oportunidades e os desafios de ser colocada em prática. A entidade já iniciou o diálogo com o Poder Público e promoverá debates entre os comerciantes e a prefeitura. Acreditamos que grandes oportunidades podem acontecer desta reinvenção do Calçadão, e vivemos um período que oportunidades no comércio não podem ser desperdiçadas.
Kelvin Kaiser, Presidente da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp)