O voto no Brasil já é impresso e é assombroso que o presidente da República não saiba disso. Enquanto o mundo assiste aterrorizado a prática de TRUMP nos E.U.A., o futuro ex-presidente daquele país recebe apoio do nosso, mesmo sem qualquer prova de fraude naquela eleição. E o pior é que o nosso Presidente afirma que é necessário que haja voto impresso, senão "nós vamos ter problema pior que os Estados Unidos", colocando dúvidas nosso sistema eleitoral o que certamente será seguido por seus eleitores. Mas o voto no Brasil já é impresso, sem fazer X, mas impresso, explico:
Cada seção eleitoral possui uma urna eletrônica e uma lista de impressa de eleitores inscritos com os comprovantes destacáveis de votação para 1º e 2º turno. A urna eletrônica não é conectada a nenhuma rede externa de dados, nenhuma. No dia da eleição, o presidente da seção eleitoral inicia o processo de votação e antes do primeiro voto, na presença do primeiro eleitor, ele imprime um boletim chamado "zerézima", que assinado por ele e por esse primeiro eleitor, o que prova que não existe nenhum voto naquela urna. No final do dia, após o último voto, é impresso o boletim de urna, que é a totalização dos votos daquela urna, esse boletim também é assinado pelo último eleitor. Várias vias são impressas lá na hora, algumas acompanham a urna até o cartório eleitoral e outras são fixadas de maneira pública no mural do colégio eleitoral onde foi realizada a eleição.
Isso mesmo, às 17 horas o eleitor pode ir lá no mural do colégio e fotografar todos os boletins de urna para saber quantos votos foram obtidos naquele colégio. As grandes campanhas para prefeito colocam ao menos um fiscal por escola e quando fixado os boletins, esses fiscais ligam para o comitê e passam os números, com isso eles sabem o resultado bem antes da Justiça Eleitoral. O resultado da urna é levado ao TSE de maneira impressa e digital (porém em mídia e não on-line), quando o resultado da urna eletrônica é inserido nos computadores do TSE ele é confrontado com o boletim impresso. "Ah, mas e a quantidade de votos?" Essa é confrontada com número de pessoas que assinaram a lista de votação, impressa. Então, qualquer eleitor pode conferir o resultado, como dito, basta ir ao colégio eleitoral, bater foto dos boletins de urna e depois baixar o boletim eletrônico que estará disponível on-line no site do TSE.
Claro que, quem não gosta de democracia sempre vai colocar o processo democrático em dúvida, assim como muitos que não gostam da notícia criticam o veículo de comunicação. A alegação de que um hacker ou um funcionário do TSE pudesse alterar um sistema cercado de criptografias (proteção digital) e na hora da apuração inverter os votos de um candidato para outro também é Balela (com B maiúsculo), isso porque as urnas são entregues para auditagem aos partidos políticos e aos cidadãos que queriam auditá-las. Não por menos, vinte e quatro anos após a implantação do sistema nenhum derrotado foi capaz de provar qualquer tipo de fraude no processo eleitoral eletrônico. De resto, são apenas alegações infundadas para justificar eventuais derrotas, seja quem for o derrotado. O que gostaríamos de ouvir do nosso presidente não era que no Brasil vai acontecer o mesmo que nos E.U.A. caso o voto não for impresso, mas sim ao contrário, que se nos E.U.A. tivesse um sistema igual no Brasil, jamais teria o ocorrido o que ocorreu lá.
Davi de Martini, Advogado