Dia a dia, novos cursos de Medicina são liberados para abrir vagas, mesmo sem atender aos critérios mínimos para uma boa formação. Assim, mais e mais médicos sem capacitação suficiente passam a atender a população em iminente risco à saúde de todos nós.
Descontinuado, ninguém sabe o motivo, há cerca de dois anos, o Exame do Cremesp para médicos recém-formados foi, por mais de dez anos, um alerta aos cidadãos e às autoridades. Em todo o Brasil, era o único a avaliar a eficácia do aparelho formador.
É fato que não tinha o poder legal de impedir o exercício da profissão, qualquer que fosse o resultado obtido. De qualquer maneira, sua enorme repercussão na mídia mantinha puxado o freio para a autorização de funcionamento de cursos médicos desestruturados.
Se persistisse até hoje (o que, aliás, deveria ter ocorrido) e fosse eliminatório, haveria mais clareza do descaso com o ensino da Medicina. Em regra, quase metade dos avaliados nas edições do Exame do Cremesp não estava apta ao exercício profissional.
Mesmo assim, hoje, clinicam em seus consultórios. Também integram equipes de hospitais, prontos-socorros e nos serviços de urgência e emergência de todo o País. Como pontuei parágrafos acima, um risco.
Faz-se urgente uma lei para coibir a abertura indiscriminada de cursos médicos. De preferência que estabeleça critérios rígidos para analisar o desempenho dos médicos recém-graduados à beira do leito, onde paciente tem nome, história e peculiaridades.
Cursar uma boa escola de medicina, depois partir para a residência médica e, por fim, obter um título de especialista são apenas parte do caminho essencial para desenvolver determinadas habilidades. Sobretudo as práticas, somente adquiridas em campo, na assistência aos pacientes. Estes conhecimentos não são oferecidos nas salas de aulas nem mesmo das melhores escolas do mundo.
A Medicina é composta de habilidade, ética e atitude vivenciadas apenas à beira do leito. É ali que são adquiridos os princípios primordiais da relação médico-paciente, do humanismo e da competência profissional.
Médico só é médico diante do paciente, e não sentado à frente de um computador ou na sala de aula. Tudo isso é importante, é claro, mas o verdadeiro médico trabalha com pessoas, com o olhar, com o sentir.
Precisa gostar de gente, ter currículo com formação ética, moral. Lidamos com vidas, e neste ponto, todo o cuidado é pouco.
Antonio Carlos Lopes - presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica
Rapidez judicial
Justiça que atrasa não adianta! O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, está propondo o envio de sentenças judiciais diretamente para o plenário da corte, evitando as decisões preliminares e monocráticas, conforme noticia a Folha (9,2): "Juiz das garantias e briga interna travam fim das decisões monocrática no STF". A recente invenção do "juiz de garantia" não deixa de ser uma grande piada: ainda na primeira instância, deveriam existir dois juizes: um que faz o inquérito e outro que julga o réu. Haja gente e dinheiro para prover tantos juizados nos municípios do nosso imenso País! Como dizia aquele gaiato: se as coisas podem ser complicadas, por que torná-las simples?
Salvatore D' Onofrio, Rio Preto
Contas de luz
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) considera a aprovação da Medida Provisória (MP) 998/2020 um importante passo para atenuar os efeitos da crise decorrente da pandemia sobre o setor elétrico brasileiro. Votada pelo Senado no último dia 4, a MP reduzirá o custo da tarifa de energia para o consumidor, no médio e longo prazo, a partir da racionalização e da eliminação de encargos que pesam sobre a conta de luz.
Entre os pontos positivos da MP, que segue para sanção presidencial, está a destinação de R$ 4,6 bilhões em recursos para programas de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e de eficiência energética, que hoje se encontram represados, para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
Uma vez que a CDE é a fonte de financiamento de diferentes encargos que incidem sobre a conta de luz, como o Programa Luz para todos, a Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE) e a Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), a alocação desses recursos significará, na prática, redução do peso desses programas na conta de empresas e consumidores.
"A aprovação da medida provisória vem em boa hora, ao limitar os aumentos tarifários impostos pela pandemia aos consumidores de energia elétrica, por meio da redução dos encargos setoriais e da racionalização dos subsídios existentes. A CNI apoiou a matéria por entender que trará benefícios diretos para a sociedade e para o setor industrial, que é quem paga as tarifas mais elevadas e responde por 35% do consumo de energia elétrica no país", afirma o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.
Atualmente, o país tem 18 encargos e taxas que compõem a tarifa de energia elétrica, considerando os nove subitens da CDE. O orçamento para os encargos em 2020 totalizou R$ 33 bilhões, dos quais R$ 22 bilhões destinados a cobrir as despesas da CDE.
A MP também reduz incentivos existentes atualmente na CDE para as usinas de fontes de geração alternativas, como biomassa, eólica e solar, o que deve diminuir em R$ 4,2 bilhões o peso do subsídio para o consumidor.
Na avaliação da CNI, a MP 998/2020 complementará a MP 950/2020, que garantiu a isenção do pagamento das faturas de energia para os consumidores de baixa renda e viabilizou a chamada Conta-Covid, com um aporte de R$ 14,3 bilhões para as distribuidoras de energia.
Diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Convocação
Sobre a notícia do Diário, de que "Rillo desiste de convocar secretário de Trânsito", tem que convocá-lo pra que ele se explique sobre todo o trânsito na cidade, além do Calçadão. Linhas de ônibus sem ônibus, buracos em excesso, falta de lugares para embarque/desembarque na região central e em shoppings, falta de sincronismo dos diversos radares da cidade, avenidas com limite de 50 km e por aí vai.
Vinicius Cabrioti - via Facebook