A Confederação Nacional da Indústria (CNI) avalia que a decisão da Ford é um sinal de alerta para os governos federal, de estados e municípios, além do Congresso Nacional, sobre a necessidade se aprovar, com urgência, medidas para a redução do Custo Brasil. Entre elas, a reforma tributária se apresenta como a prioritária para a redução do principal entrave à competitividade do setor industrial brasileiro.
O fechamento das fábricas é uma péssima notícia, em um momento de recuperação econômica, tanto pelos empregos que se perdem quanto por todo o impacto na cadeia produtiva do setor automobilístico, uma das mais complexas da indústria brasileira.
Entendemos que a decisão está alinhada a uma estratégia de negócios da montadora. Mas, o ambiente de negócios é um dos fatores que pesam no momento de decisão sobre onde permanecer e onde fechar. O Brasil tem que lutar para melhorar sua competitividade, pois, além das fábricas, há toda uma cadeia automotiva inclui redes de concessionárias, fornecedores de partes e peças e diversos outros serviços. Essa decisão reforça a urgência de se avançar na agenda de competitividade e redução do Custo Brasil.
Carlos Abijaodi - diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
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A decisão da Ford de fechar suas fábricas no Brasil, depois de mais de 100 anos de atividade, é uma triste notícia para o país e um movimento que tem de ser olhado com atenção. A Fiesp tem alertado sobre a necessidade de se implementar uma agenda que reduza o custo Brasil, melhore o ambiente de negócios e aumente a competitividade dos produtos brasileiros. Isso não é apenas discurso. É a realidade enfrentada pelas empresas.
A alta carga tributária brasileira faz diferença na hora da tomada de decisões. O custo de cada automóvel produzido aqui, por exemplo, dobra apenas por conta dos impostos - e ainda há governantes que pensam no absurdo de aumentar tributos, como no caso da inacreditável alta do ICMS em São Paulo. Precisamos urgentemente fazer as reformas estruturais, baixar impostos e melhorar a competitividade da nossa economia para atrair investimentos e gerar os empregos de que o Brasil tanto precisa.
Direção da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)
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A notícia que a Ford do Brasil encerrou suas atividades no país não chega a ser uma surpresa. Talvez o fato de fazê-lo em meio a uma terrível pandemia, colocando indiscriminadamente mais milhares de trabalhadores na rua, dê uma dimensão ainda mais terrível a um sistema econômico que não possui nenhum compromisso com as questões sociais.
Empresários e governos levantam a bandeira do "custo Brasil " e têm conseguido rapidamente destruir direito dos trabalhadores em nome de uma competitividade insana em um mercado insano que vem, cada vez mais, devorando a si próprio.
A tecnologia que deveria trazer bem estar aos povos é a mesma que causa desemprego, miséria e desigualdades imensas novamente em nome do mercado.
Assim, governos alinhados ou vendidos a essa lógica cruel, entregam seus trabalhadores à condições cada vez mais precárias de trabalho e de vida. No caso do Brasil, uma total ausência de uma política industrial ou de qualquer política econômica que não seja a destruição do Estado e de direitos, transforma essa realidade em algo ainda pior.
A Ford encerra suas atividades no país; a Volkswagen e o Banco do Brasil abrem PDVs para diminuírem seus quadros e, na verdade, nada disso é muita novidade. Após décadas e décadas extraindo lucros, jogam na rua os mesmos que geraram suas riquezas.
Temos combatido tal realidade faz muito tempo. Mas também é fato que, se quisermos reverter algo em favor da classe trabalhadora, precisamos fazer que a mesma entenda e se posicione contrariamente a tudo isso.
Para os sindicatos é mais que um desafio. É uma missão de resgate e de valorização daqueles que verdadeiramente geram as riquezas do pais.
Eliseu Silva Costa - presidente da Federação do Metalúrgicos do Estado de São Paulo
Enchente
As pessoas jogam lixo na rua e depois que alaga, a culpa é somente do prefeito. Não é defendendo político, não, mas é a pura realidade. Quando a água baixa, você vê a quantidade de entulho que fica. É triste. Foi o prefeito que jogou todo aquele lixo nas ruas?
Angelica Ramos via Facebook
Enchente-2
Ando bastante a pé na cidade e vejo tanto lixo jogado nas ruas. Não defendo políticos porque só pensam neles e são corruptos, mas que a população tem uma parte de culpa nas inundações, tem. As pessoas não têm a capacidade de jogar lixo no lugar adequado. É vergonhoso a quantidade de lixo que vejo nas ruas. Temos dois problemas: a população que joga lixo nas ruas e os políticos, que só pensam em lucrar. Só Deus!
Bárbara Leticia Nails via Facebook
Militarização
Conforme noticia a Folha (9/1), "Governo paulista adere a programa de escolas cívico-militares proposto por Bolsonaro". Até agora não se sabe bem de que se trata, a não ser a finalidade de evitar indisciplina pela intervenção das Forças Armadas e impor o uso de fardas nas escolas públicas. O que está acontecendo com o nosso Pais? Uma democracia não existe sem a independência entre os Três Poderes, simbolizados pela "lei" (poder cívico ou judiciário), "espada" (militar) e "cruz" (fé ou religião). A criação de uma escola "cívico-militar" tornaria nossa democracia fraca, capenga, a justiça sendo engolida pelo poder das armas. Talvez seja isso que queira Bolsonaro, um modo ditatorial de governar! Democracias sólidas e progressistas se formam quando o poder jurídico, da lei, consegue se sobrepor ao poder militar ou religioso. A história nos mostra o atraso da Idade Média cristã e a violência dos regimes de Stalin e Hitler. Fiquemos longe disso!
Salvatore D' Onofrio, Rio Preto