Fala-se muito em poder, com destaque no campo político. Mas o que é o poder? Dizem nossos dicionários que a palavra poder nasceu do latim podere, que é a capacidade de deliberar de forma arbitrária, de agir, de mandar e de exercer a autoridade, a soberania. Relaciona-se, também, com a capacidade de se realizar algo ou aquilo se se 'pode' ou que se tem o poder de realizar, calcado na tradição ou na lei.
O conceito de poder tem alicerces profundos na Filosofia política e tem em Hobbes, Arendt e Foucault grandes pensadores. Hobbes credita na força do poder no contrato social. Uma eleição é um contrato social. O poder não existe quando todos tem o poder e este é exercido pelo mais forte. A corrupção é o sentido perverso do poder e o oposto ao contrato social. Hannah Arendt vê o poder como múltiplo (duplo). No caso da Democracia Republicana (Brasil) o poder é trino, visto que três são os poderes instituídos pela política. A violência se instala quando se dá a perda da autoridade do poder. A luta pela prevalência de um sobre outro ou os outros, tem sido notada na política brasileira e com sérios desgastes para o Estado Democrático do Direito. Foucault diz que o poder depende de uma apropriação, seja ela por qual meio for, ou seja, uma eleição ou tomada do poder de forma arbitrária, inclusive por meio de fraudes eleitorais.
Exercer o poder é uma habilidade de determinado cidadão impor sua vontade sobre os demais, mesmo que com a resistência de alguns ou mesmo de grupos politicamente organizados (partidos). Este poder pode ser social envolvendo o Estado, o lado econômico, abrangendo o sistema comercial e industrial e o militar, que se mescla com o poder político em muitos casos, mesmo nos sistemas democráticos regulares. Max Weber pensa ser o poder a probabilidade de um determinado comando concedido por um meio legal ou ilegal e que deve ser exercido por um grupo determinado. A cumplicidade do poder é defendida por Pierre Bourdieu, de natureza simbólica e muitas vezes invisível tal como foi, por exemplo, Golbery do Couto e Silva, a personagem parda do governo.
O poder é um comportamento dúbio com o lado ofensivo e o lado defensivo. Quem o exerce deve saber equilibrar ambas as forças ou tem seu poder ameaçado e até anulado. A organização é o alicerce desta força que, como nos ensina a história, não é perpétuo e está sempre sendo ameaçado pela constante presença da oposição. A concentração do poder numa só pessoa é um processo fatal e o tempo corroerá suas bases a ponto do exercitador do poder ser destituído, processado, afastado ou mesmo morto. O poder exige táticas que são verdadeiras ferramentas que, se não bem utilizadas, pode provocar a ruína do prédio do poder. A barganha é uma destas ferramentas. A troca de cargos aos apaniguados é constante e crescente. O poder tem fome e ela é insaciável e pode até destruir o 'exercitador' deste pretenso poder.
Antonio Caprio, Tanabi
Automóvel Clube
Após um passado de más gestões com várias crises financeiras, está ressurgindo um novo Rio Preto Automóvel Clube, que outrora sempre foi o mais destacado clube recreativo, social e esportivo da cidade, graças agora à habilidade gerencial e visão administrativa do atual presidente, Jesus Martin Neto, e sua diretoria, com a efetivação da venda do clube de campo. Poder-se-á dizer, como metáfora linguística, renascimento análogo ao episódio de Lázaro, contido na bíblia. Essa virada tem uma história, cuja retrospectiva merece ser registrada. O presidente logo que tomou posse resolveu agir rápido para não deixar o barco afundar e nem esperar que dinheiro cai do céu. Reavaliou a situação financeira do clube e logo teve que dispensar grande parte dos funcionários como primeira providência real. E como solução heroica e salvadora, propôs a venda do clube de campo, aprovada e autorizada pelo Conselho Deliberativo.
Neste ínterim, teve a sorte de fazer um convênio esportivo com a Empresa Guga, nosso campeão mundial de tênis que já investiu no clube mais de 200 mil reais com a construção de 4 quadras de tênis para os atletas mirins. Com grata surpresa a aceitação foi positiva com inscrição de mais de 500 atletas. Não obstante, a efetivação da venda não foi tão fácil. Precisava ter a avaliação municipal e estadual da área, e expedição de uma certidão que os compradores exigiam. Finalmente feita a venda para a Coplan, empresa idônea e especializada em condomínios de terrenos e chácaras.
Ato continuo, iniciaram-se as negociações das dívidas e hipotecas imobiliárias comprometidas com a Procuradoria da Fazenda, conseguindo aí um desconto de 50% em dívida de 10 milhões de reais. Acordos trabalhistas negociados e reformas de todas as dependências sociais e esportivas que o clube oferece, deixando a entidade com caixa equilibrado. As consequências esperadas já estão acontecendo, com o aumento de novos sócios e também da receita, podendo-se realizar a reforma necessária do grande salão de festas, que sempre foi o local de belas festas de formatura e casamentos, além do tradicional Réveillon. Em andamento a terceirização do restaurante panorâmico com cozinha internacional e preparativos breves para comemorar os 100 anos da entidade.
Nestas condições, está chegando o momento de reviver as melhores festas tradicionais do clube como no tempo de Anísio Haddad, Toninho Honsi e Roquette Lima. Mas a verdade precisa ser dita, ou melhor, administrar um Clube quando a receita responde pela despesa é uma coisa. Agora, recuperar as finanças do clube diante de uma possível e provável falência com a eminência de leilão, é outra coisa.
O poder visionário dedicado pelo atual presidente merece ser registrado com votos de louvor e gratidão, e que continue na presidência nessas próximas eleições. Felizmente é uníssono entre os sócios frequentadores do clube dando a oportunidade de citar o adágio popular conhecido no futebol brasileiro "time que está ganhando não se mexe". Quem viver, verá!
Nelson Nagib Gabriel, Rio Preto
Esporte
O Movimento Pelo Esporte Rio-Pretense (Merp) dá boas-vindas ao novo secretário de Esportes, Fábio Marcondes, e espera que em sua gestão possa haver mais diálogo. O Merp, criado em 2018, e que conta com profissionais de Educação Física, atletas e técnicos esportivos, se coloca à disposição para apoiá-lo, e buscar juntos alternativas para a melhoria do Esporte na cidade. Pedimos que o novo secretário possa manter os profissionais e rever a situação dos mesmos, que desde março, tiveram cortados seus pagamentos, e hoje ainda não tem definição do futuro. O esporte precisa voltar a respirar, e juntos somos mais fortes.
Anderson da Silva Ferreira, Rio Preto