Antes considerado o patinho feio na Câmara de Rio Preto, o Conselho de Ética passou a ser alvo de cobiça pelos vereadores. A comissão, responsável por avaliar e julgar possíveis atos de quebra de decoro parlamentar, será formada nesta sexta-feira, 19, em reunião de líderes convocada pelo presidente do Legislativo, Pedro Roberto (Patriota).
Após o candidato do governo do prefeito Edinho Araújo (MDB), Paulo Pauléra (PP), ter sido derrotado na eleição da Mesa Diretora, a base tenta ocupar todo o espaço em disputa. A ordem não é deixar brecha para que vereadores de oposição comandem o Conselho de Ética. O presidente da comissão será definido entre os cinco membros titulares.
Nesta quinta-feira, 18, em uma manobra não usual nos corredores da Câmara, Pauléra consultou líderes de outras legendas para indicar seus representantes no conselho. As indicações têm de respeitar a proporcionalidade partidária no Legislativo. A lista foi protocolada no gabinete de Pedro Roberto ainda nesta quinta-feira, 18, com os seguintes nomes interessados em participar da comissão: o próprio Pauléra, Rossini Diniz (PL), Francisco Júnior (DEM), Bruno Marinho (Patriota) e Celso Peixão (MDB).
Além dos cinco membros titulares, há o mesmo número para os suplentes. Os partidos que apoiaram Pedro contra Pauléra na disputa interna do Legislativo também deverão indicar seus representantes: o PSDB, o Republicanos e o PSOL. A Coluna apurou que João Paulo Rillo já havia manifestado interesse em participar do Conselho de Ética. "Se não der acordo, deve ser resolvido no voto", afirmou Pedro.
"Os cargos serão ocupados mediante a proporcionalidade partidária. O MDB, que tem três vereadores, e os partidos com dois parlamentares indicarão seus nomes antes das legendas que possuem apenas uma cadeira no Legislativo", afirmou Pauléra, ao considerar que o cargo no conselho pode resultar em "desgaste" dependendo da investigação a ser feita na Casa contra os colegas.
A Coluna apurou que o interesse repentino pelo Conselho de Ética se deve ao episódio envolvendo o deputado federal Daniel Silveira (PSL), que teve prisão decretada após disparar ataques, em vídeo divulgado nas redes sociais, contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e pela defesa do AI-5 — ato mais violento durante o período da ditadura militar.