O início das negociações do presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, 12, para se filiar ao Patriota pode deixar o prefeito de Rio Preto, Edinho Araújo (MDB), em uma saia justa durante o processo eleitoral em 2022. Isso porque o partido, formado pelo antigo PRP, que tinha sede nacional em Rio Preto, apoiou a reeleição do emedebista no ano passado.
Quem também apoiou Edinho na última eleição foi o PSDB, partido do governador João Doria, que deverá disputar a presidência da República em 2022. Assim, o prefeito de Rio Preto terá de escolher com quem irá caminhar na eleição do próximo ano.
Não é segredo que o emedebista é aliado político do PSDB e, mesmo que o seu partido, o MDB, lance um nome para disputar a eleição para o governo do Estado de São Paulo, Edinho deverá declarar apoio ao atual vice-governador Rodrigo Garcia (DEM).
Em 2018, vale lembrar, o prefeito pregou, no 2º turno, o voto "Bolsodoria", quando o governador apoiou Bolsonaro. Na época, Rodrigo também participou de ato de campanha, inclusive em Rio Preto.
Tucanos e membros do Patriota possuem cargos na atual administração. Por isso, aliados de Edinho afirmam que o prefeito pode anunciar, lá na frente, a neutralidade no pleito. Outras legendas que compõem o atual governo do prefeito devem escolher um dos lados na disputa pelo Planalto.
"A escolha de Bolsonaro pelo Patriota é até por conta do nome, que é sugestivo. O presidente tem como um dos principais pontos do seu discurso o patriotismo", avaliou o presidente do PP de Rio Preto, Paulo Pauléra.
O presidente estadual do Patriota, Ovasco Resende, afirmou à Coluna nesta sexta-feira, 12, que emissários que estiveram com o presidente em Brasília ouviram de Bolsonaro que ele não pode errar na escolha da legenda. O presidente teria admitido que a sua ida para o PSL foi equivocada.
Uma das preocupações de Resende é com a chegada de outros parlamentares com a filiação de Bolsonaro no partido. "Não sou contra a filiação dele (Bolsonaro), mas é preciso analisar a forma que vem", afirmou o cacique do Patriota no Estado.
Guinada
Outro que deve ficar em uma situação incômoda é o presidente da Câmara, Pedro Roberto (Patriota), que já militou, por exemplo, no Psol. Questionado sobre a possível chegada de Bolsonaro na sigla, Pedro preferiu o silêncio.