Se em março do ano passado, a palavra de ordem da Prefeitura de Rio Preto era de seguir com obras públicas, a situação é bem diferente depois de um ano de pandemia. As empreitadas públicas acumulam atrasos justamente por conta da Covid-19. Os motivos para postegar a entrega dos equipamentos públicos, o que afeta diretamente a população, vão desde redução de equipes por conta da pandemia até dificuldade para aquisição de materiais necessários para as empreitadas.
O Diário listou ao menos dez obras da Prefeitura que tiveram alterações de prazos em função da pandemia, sem contar período de lockdown que paralisou as empreitadas em geral. O levantamento foi feito a partir de aditivos que mencionam especificamente alteração por conta da Covid-19. O município tem mais obras em atraso. Contrato de recape de ruas, de R$ 53 milhões, teve prazos alterados por conta do coronavírus. A empreitada, a cargo da empresa Noromix, deveria ser concluída em outubro do ano passado. Este contrato teve prazo de conclusão postergado por duas vezes "em decorrência da pandemia do Covid-19". A última prorrogação, de dois meses, foi em janeiro.
No Parque Tecnológico ocorreu atraso em contrato de R$ 7,4 milhões para ampliação de infraestrutura em pavimentação e drenagem. A obra, realizada pela empresa Contec, deveria ser concluída em agosto. A prorrogação ocorreu em função até da "dificuldade na obtenção de insumos durante o período de pandemia".
A ampliação do velório do cemitério São João Batista deveria ser concluída em outubro de 2020. A obra, de R$ 1,3 milhão, a cargo e empresa Grall Engenharia, foi prorrogada por cinco meses. Entre os motivos foi listada "interrupção temporária das frentes de trabalho para cumprimento de protocolo de saúde." Em fevereiro, o contrato foi prorrogado novamente, por mais três meses, conforme aditivo publicado no site da Prefeitura.
A pandemia também provocou atraso na obra de construção da Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), no bairro Luz da Esperança, que agora atende pacientes com Covid. A construção deveria encerrar início do ano passado, mas teve duas prorrogações, de dois meses cada em contrato com a empresa Conhidro, no valor de R$ 1,9 milhão.
Uma das justificativas foi "diante das medidas que visam o controle do Covid-19 e impactam no cronograma de execução da obra". O documento menciona ainda restrições previstas em decreto do governo estadual, que instituiu a quarentena. A obra foi concluída e agora atende pacientes de Covid-19.
O prazo para reforma da Unidade de Saúde do Jardim Americano também teve alteração de prazo pelas "medidas de controle da Covid". Foram dois meses de atraso, em aditivo assinado em abril do ano passado no contrato de R$ 420 mil com a Graal Engenharia.
Outra empreitada impactada por restrições de quarentena foi construção de Unidade de Saúde Vila Mayor, em contrato de R$ 1,1 milhão com a empresa Ellipse Projetos. O prazo foi adiado por dois meses, em julho do ano passado, em função da "redução do número de funcionários no canteiro de obras."
Já a adequação da UPA Jaguaré, no valor de R$ 243 mil, com a Rio Obras, também teve interferência do coronavírus. O aditivo foi de dois meses.
Reforma no Centro Regional de Eventos também teve prazo alterado. A obra, de R$ 500 mil, está a cargo da GHM Construtora e deveria ter encerrado no ano passado. Foram prorrogações de mais de quatro meses. A previsão é conclusão em maio.
Na área de Educação foi prorrogado contrato de reforma em escola municipal na Vila Toninho, contrato de R$ 996 mil com a Construtora JKL em função da pandemia.
A assessoria da Prefeitura informou que as empresas fazem as adequações de equipes nas obras. Não foi informada a relação detalhada de obras com mudanças de prazos durante o período de pandemia.
O prefeito Edinho Araújo (MDB) afirmou que o que quadro é reflexo da situação em geral. "As consequências são as mais variadas. O nosso foco é na saúde", disse.