A concentração de manifestantes contra o governador João Doria nesta terça-feira, 23, no estacionamento próximo ao aeroporto de Rio Preto, acabou em punição pela Polícia Militar. As queixas foram feitas por um dos organizadores do protesto, Denilson Marzochi. O empresário afirmou ter sido autuado por falta de cinto de segurança e fila dupla. Marzochi também acusou a PM de ter ofendido os manifestantes.
"Os policiais estavam registrando os veículos que estavam fazendo parte do movimento e eu fui perguntar para eles o porque de estarem registrando essas placas, preservando até uma possível penalidade. Constatei que o encarregado da operação, o 1º Tenente Marchezine, tinha designado um policial para que fizesse uma multa do meu veículo, alegando que, na minha chegada, eu estava sem cinto de segurança", declarou.
Apesar da autuação, o empresário contestou. "Mas quando eu cheguei aqui, não existia nenhuma viatura e nenhum policial. Infelizmente é uma arbitrariedade. Mais uma vez nós somos vítimas do poder que as autoridades exercem sobre o cidadão de bem. Mais uma vez estamos tendo um grande exemplo de abuso de autoridade", criticou Marzochi.
Segundo o empresário, a concentração de veículos para saída em carreata contra o aumento de mais de 200% da alíquota do ICMS no Estado é um direito dos manifestantes. "Com todo respeito à Polícia Militar, mas nós como cidadãos, nós como empresários, como empreendedores, lamentamos muito o ocorrido nessa manhã de hoje, diante uma manifestação, que é o direito que nós temos o podemos exercer esse direito e, infelizmente, sendo coagido pela polícia de São José do Rio Preto.”
Por outro lado, o tenente da Polícia Militar citado por Marzochi afirmou que as autuações foram em razão das infrações de trânsito. "Foi verificado que o senhor (empresário) chegou sem cinto. O policial estava observando os dados, quando ele veio na forma de intimidar o policial, querendo filmar e perguntando porque tinha feito a autuação, o porque estavam pegando o número da placa do carro dele", disse Marchezine.
Segundo o comandante, o PM chegou a explicar que Marzochi tinha chegado sem cinto e ele iria fazer a multa. "Então ele começou a se exaltar. Foi informado desde o começo, para os organizadores do evento de que não seriam admitidas infrações de trânsito. Quer fazer manifestação? Perfeito. Mas tem que seguir a civilização de trânsito: Não pode passar no vermelho e nem estacionar de forma irregular", ressaltou o tenente.
A reportagem perguntou a Marchezine se houve outros veículos autuados. "Os carros que estavam irregulares e a situação não foi sanada, foram autuados", finalizou.
(Colaborou Júlia de Britto)