A juíza da 79ª Zona Eleitoral de Itajobi, Natalia Berti, cassou o mandato do vereador eleito em 2020 pelo MDB, Luis Roberto Sperandio, em ação contra a correlegionária Kátia Camilo Gimenez Galante, acusada de ser candidata 'laranja' na disputa pelas nove cadeiras da Câmara. A juíza determinou recontagem dos votos ao MDB, além de condenações por inelegibilidade e cassação de suplências. Os envolvidos recorrem e o vereador continua no cargo durante recurso.
A representação foi feita pelo PSDB. Segundo a ação eleitoral, dos cinco candidatos ao Legislativo pelo MDB, Kátia Galante foi escolhida "exclusivamente para preenchimento das cotas de gênero", afirma trecho da sentença. O partido ainda a acusou de fazer campanha para o marido, Luiz Galante, e de ter obtido zero votos.
Em novembro do ano passado, a juíza suspendeu a diplomação de candidatos do MDB, mas a liminar foi suspensa por decisão superior. Na análise do mérito, a juíza voltou a acatar a representação do PSDB. Embora as quatro testemunhas da ex-candidata tenham dito que Kátia fez campanha, a juíza afirma que a candidatura foi para preencher a cota de gênero de 30%, "sem qualquer intenção real de concorrer ao pleito", escreveu.
A juíza também confirmou que, na rede social, Kátia pediu votos ao marido, "abertamente". A magistrada ainda destacou o fato de Kátia não ter tido votos. "Mas não é só. A corroborar a existência de candidatura 'laranja', a representada não obteve qualquer voto e não realizou atos de campanha", afirmou.
Kátia não compareceu na audiência. Os outros três candidatos e a candidata restante, negaram fraude. O Ministério Público Eleitoral se manifestou favorável às condenações. Assim sendo, a juíza entendeu que houve favorecimento para os outros concorrentes e cassou o mandato do vereador eleito com 403 votos, Sperandio, e determinou a anulação dos votos da legenda. "Devendo-se proceder à recontagem total, com novo cálculo do quociente eleitoral", escreveu.
Em relação à Katia, a juíza a condenou a ficar inelegível por oito anos e cassou a suplência dela. A mesma sentença foi dada a Eugenio Luis Galante, que obteve 130 votos. Eloisa Gradela e Pablo Zirondi também tiveram a suplência cassada.
A reportagem tentou contato com todos os advogados de defesa do grupo que constam na ação e não obteve contato com a maioria e outros dois não atenderam. O Diário falou com o vereador e ele informou que irá recorrer até em Brasília, se necessário. "Eu continuo vereador. A decisão da juíza é soberana. Nós entendemos diferente e vamos recorrer", informou.
Os recursos foram apresentados à Justiça Eleitoral. Até o fechamento desta edição não havia decisão.