O deputado João Roma (Republicanos-BA) foi escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro como novo ministro da Cidadania. O parlamentar assume a vaga deixada por Onyx Lorenzoni (DEM-RS), que foi deslocado para a Secretaria Geral da Presidência, numa primeira fase da reforma ministerial e a entrega de cargos no primeiro escalão do governo a nomes do Centrão.
A nomeação foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União nesta sexta-feira, 12. Embora filiado a outro partido, o anúncio acirrou a crise no DEM.
Antes de ser deputado, Roma foi chefe de gabinete na prefeitura de Salvador, durante a administração de ACM Neto, presidente do DEM. Em cinco anos no cargo, era considerado um dos homens fortes da gestão de Neto e teve o apoio do padrinho político para disputar o primeiro mandato de deputado federal, eleito em 2018.
Apontado como governista por favorecer Arthur Lira (Progressistas-AL), candidato do Palácio do Planalto, na disputa na Câmara, o ex-prefeito apelou para que Roma não aceitasse a indicação, mas o deputado ponderou que tinha aspirações pessoais e que sua indicação fazia parte de um acordo partidário do Republicanos com o Palácio do Planalto.
Após a confirmação de Roma no ministério, Neto divulgou uma nota em que qualifica a decisão como "lamentável" e afirma que a intenção do Palácio do Planalto é intimidá-lo. "A decisão me surpreende porque desconsidera a relação política e a amizade pessoal que construímos ao longo de toda a vida. Se a intenção do Palácio do Planalto é me intimidar, limitar a expressão das minhas opiniões ou reduzir as minhas críticas, serviu antes para reforçar a minha certeza de que me manter distante do governo federal é o caminho certo a ser trilhado, pelo bem do Brasil", afima ACM Neto.