O Conselho Municipal de Educação de Rio Preto decidiu nesta terça-feira, 19, se posicionar contra o retorno gradual às aulas presenciais no município. Por unanimidade, os 12 conselheiros decidiram que pelas atuais condições não há possibilidade para a volta, mesmo dentro do percentual de até 35%, como prevê o Plano São Paulo. Em sabatina da Frente Parlamentar da Covid-19, da Câmara, a secretária de Educação, Fabiana Zanquetta, disse que a definição só sairá no retorno dos professores, a partir do dia 27.
A presidente do conselho, Maria das Graças Carmo Bertasso, disse que diante das "condições pedagógicas, emocionais, sanitárias e estruturais das escolas municipais", não tem como defender o retorno gradual das aulas presenciais. "Nesse momento, o Conselho deliberou que, a priori, é contrário ao retorno imediato das aulas presenciais", afirmou.
Maria das Graças afirmou que o conselho irá continuar na consulta com pais, responsáveis e educadores para novas avaliações. "Faremos nova reunião, ainda esta semana, para novas deliberações", disse.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Municipal (Atem) também informou, nesta terça, que cerca de 200 educadores ligados à entidade também se colocaram contra o retorno presencial. A posição foi tomada em assembleia com professores.
Durante sabatina, o diretor do sindicato, Fabiano de Jesus, disse que a Atem mapeou cerca de 30 escolas da rede municipal, e que pelo que foi encontrado, não há condições. "Em uma das escolas, por exemplo, metade da sala não abre as janelas e outra metade não abre direito. Essa é a realidade. Tem escola que não tem nem alvará do Corpo de Bombeiros", disse. Para o diretor, a Educação deve fazer um laudo de cada unidade.
Em resposta aos questionamentos feitos também por vereadores, Fabiana informou que há planejamento para compra de equipamentos para segurança sanitária e preparo para um possível retorno híbrido, mas disse que a decisão final só deve sair em fevereiro, depois que os professores voltarem de férias. "Eles terão três dias para planejamento de retomada e estratégia. A partir daí que será decidido."
Segundo Fabiana, a recomendação para a rede municipal é de retorno com até 25% dos alunos presenciais, diferentemente do limite de 35%, determinado pelo Plano São Paulo. Ela defendeu que seja uma volta voluntária, conforme decisão de responsáveis. "Na retomada precisa fazer um contato com os pais e saber qual percentual vai voltar", disse. Fabiana disse que a decisão também vai priorizar a segurança dos educadores.
A posição da secretária foi criticada por vereadores, como João Paulo Rillo (Psol). "Muito contraditória. Por mais que tenha intenção, sua fala foi permeada de incertezas. Por que não assumir que não vai voltar?", criticou.
Desfalque
A Educação tem 2,4 mil profissionais do magistério e 1.970 professores. De acordo com Fabiana, 57 educadores são idosos que não podem retornar de forma presencial e outros 500 se autodeclaram com comorbidades, atestados que serão investigados. "Vamos analisar", disse.