Levantamento feito pelo Diário nos últimos 20 anos revelou uma montanha-russa entre os partidos dos vereadores da Câmara de Rio Preto. A lista reúne os parlamentares eleitos desde 2000 e os respectivos partidos pelos quais venceram a eleição. Vale destacar que alguns dos vereadores mudaram de partidos durante o mandato e outros assumiram após desistências ou afastamentos para assumir cargos de secretariado.
Em Rio Preto, 21 parlamentares eram eleitos até 2000, número que foi reduzido para 17 desde a eleição de 2004. Entre os 106 nomes que legislaram no município nos últimos 20 anos, o PSDB e o DEM, que até 2007 se chamava PFL, foram os partidos que mais elegeram vereadores.
As legendas, que sempre tiveram força junto ao Governo do Estado, neste período, fizeram, ao longo deste tempo, 12 cadeiras, cada. No PSDB, César Gelsi foi o que ganhou mais vezes pelo partido. O médico se elegeu três vezes pela legenda: em 2000, 2004 e 2012. Neste ano e, em 2016, Gelsi também disputou uma vaga pela sigla, mas acabou ficando de fora pelo quociente eleitoral. Em 2008, ele também acabou derrotado, mas na época estava no então PMDB, que integrava a coligação do candidato a prefeito Orlando Bolçone pelo PPS.
Já no DEM, os nomes que mais venceram as eleições pelo partido foram Francisco Júnior, Jorge Menezes e Dinho Alahmar. Eles levaram a disputa pela sigla duas vezes cada. Alessandra Trigo, hoje no DEM, se elegeu duas vezes pelo PSDB: em 2008 e 2012. Em 2016, ela tentou retornar ao legislativo pela terceira vez, mas não foi eleita. Também foram eleitos pelo ninho tucano, nas últimas duas décadas, Claudiney Faustino (2000), Gerson Furquim e Jorge Menezes (2004), Jorge Abdanur e Nilson Silva (2008) e Bruno Moura e Renato Pupo (2020).
Neste período, o DEM (antigo PFL) elegeu também Luiz Alberto Andaló e Joaquim Barbeiro (2000), Emanuel Pedro Tauyr, Nilson Silva e Zezinho de Oliveira (2004) e José Lagoeiro,conhecido como Zé da Academia (2016).
Instabilidade
As duas legendas, que nas últimas eleições integraram a chapa do prefeito reeleito Edinho Araújo (MDB), chamam a atenção no levantamento pela instabilidade. As siglas, que juntas elegeram sete cadeiras em uma única eleição, em 2004, ano em que Manoel Antunes (PFL, na época) e Ivani Vaz de Lima (PSDB) concorriam à Prefeitura como oposição do governo Edinho (do então PPS), passaram a fazer uma ou duas vagas cada desde então.
Em 2016, por exemplo, o PSDB, que vinha com dois nomes das últimas eleições, acabou ficando sem representação na Câmara, recuperando duas vagas, com novos nomes na legenda, no ano passado. Já o Democratas, com exceção de 2016, que elegeu dois nomes, passou a ter apenas uma vaga garantida por eleição.
De acordo com Manoel Gonçalves, presidente do PSDB, o destaque ao partido acontece pois a "legenda sempre se preparou". "Aproveitamos a experiência dos mais antigos como Vaz de Lima, Ivani e Aloysio Nunes com o entusiasmo dos mais novos, como Beto Perosa, e outros, além do total apoio que temos do presidente Marcos Vinholi", disse o presidente, que foi indicado pelo prefeito Edinho Araújo para ser secretário de Habitação de Rio Preto nos próximos quatro anos.
Para ele, o PSDB é um partido de diálogo. Ele destacou que a única eleição que a sigla não esteve presente numa chapa majoritária foi no ano passado, em que chegou a ser cogitado o nome de Renato Pupo para o cargo de prefeito, o que acabou não acontecendo e abrindo espaço para o foco no Legislativo.
"Filiamos uma equipe comprometida e com novas lideranças, que se não foram eleitas agora, estão preparadas para desafios futuros", afirmou Gonçalves.
Em relação às eleições de 2016, quando a legenda ficou sem eleger um vereador sequer, o presidente disse que o ocorrido foi consequência de não ter havido coligação com nenhum partido. "Erramos na avaliação do potencial da nossa chapa. Em 2020, onde as coligações foram proibidas, investimos nas candidaturas de um grupo novo, com isso demos nova dimensão as nossas pretensões partidárias", explicou o presidente, que ressaltou o foco nas mulheres.
"O PSDB foi o partido que mais apresentou candidaturas femininas, jovens e com propostas sociais", disse Gonçalves, que atribuiu a proposta da legenda ao "respeito para a pluralidade de ideias e incentivo à mulher e à negritude", contando que nas próximas convenções haverá estímulo a candidaturas representativas de diversos segmentos.