A afirmaçãosimplista de que exames não invasivos são inofensivos, é erro grave
Luiz Fernando Dal Col (Reprodução)
A palavra diagnóstico tem origem com Hipócrates (460 – 377 a.C), sendo o primeiro a utilizá-la. Deriva da junção do prefixo dia (“através de, por meio de”) e do elemento de composição gno (cujo significado é “conhecer”). Nessa época, para realizar suas hipóteses diagnósticas, o médico só dispunha de seus sentidos para examinar o doente. E através deles, descreveu magistralmente os sintomas de certas patologias, como por exemplo a tuberculose ou tísica (do grego phthisis).
A partir do século XX ocorreu o início da revolução tecnológica da medicina, com progressão até os dias atuais, permitindo o diagnóstico e tratamento das doenças de forma mais rápida e prática.
Tecnologia registrada na televisão sob a ótica do Dr Gregory House, série em que o personagem principal e médico “Hi tech”, utilizava de um sistema baseado na pujança de recursos para realizar diagnósticos a qualquer custo, muitas vezes sem cultivar a relação médico-paciente.
Em paralelo ao desenvolvimento dessa tecnologia, ocorreu em nosso pais, nesse século, a abertura indiscriminada e desmedida de escolas médicas (163 novos cursos entre 2011 e 2020), sendo que a imensa maioria sem cumprir os requisitos ideais para uma boa formação. Consequentemente, vivemos uma epidemia de médicos mal-informados, solicitadores de exames diagnósticos sem o devido pensamento probabilístico, gerando procedimentos intervencionistas e terapêuticos muitas vezes inapropriados, com potencial para causar danos aos pacientes e também comprometer os recursos em saúde.
A afirmação simplista de que exames não invasivos são inofensivos, é um erro grave. Os exames, sem exceção, possuem uma taxa de resultados falsos positivos, trazendo aos pacientes diagnósticos inexistentes. Assim, podem levar a procedimentos invasivos, intervenções medicamentosas ou cirúrgicas desnecessárias, causando danos físicos e psíquicos aos pacientes e familiares.
Em 2012, o American Board of Internal Medicine iniciou nos Estados Unidos a campanha Choosing Wisely (“escolhendo sabiamente”). Uma iniciativa que surge a partir da percepção da falta de sabedoria na utilização exagerada e inapropriada dos recursos diagnósticos e terapêuticos em saúde.
Hoje, essa campanha se expandiu para diversos outros países, com intuito de melhorar a qualidade da assistência, sendo embasada em evidências científicas sólidas, aumentando assim a probabilidade de benefício e reduzindo o risco de malefício a saúde.
Pacientes devem entender que, o médico mais competente, não é o “solicitador” de exames, mas sim aquele que respeita o princípio da boa Medicina, com a adequada atenção a história clínica, o exame físico bem executado e o real comprometimento com cada peculiaridade do indivíduo. Na maioria das vezes, em medicina diagnóstica, torna-se útil o conceito Menos é Mais.
Por fim, a Associação Paulista de Medicina – Regional de São José do Rio Preto acredita que essa mudança de paradigma se faz urgente em nossas escolas médicas. Afinal, de nada adianta termos o exame mais sofisticado, se não houver um profissional capaz de interpretar e correlacionar as informações em benefício do paciente.
Não devemos temer a tecnologia, mas utilizá-la racionalmente, através do pensamento probabilístico, aprimorando a Arte da Medicina.
Luiz Fernando Dal Col, Médico cardiologista e 2º tesoureiro da Associação Paulista de Medicina – Regional de São José do Rio Preto
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