Depois da segunda mudança de universidade nos Estados Unidos, o rio-pretense Alencar Chagas Pereira, 22 anos, voltou a competir no lançamento do martelo e estabeleceu suas primeiras marcas no ranking brasileiro da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt). Na quinta-feira, dia 25, ganhou a prova do martelo do FSU Relays, disputada na Universidade da Flórida, em Tallahassee, cidade de cerca de 200 mil habitantes. Alencar atingiu a marca de 66,83 metros, seguido de Kyle Brow, com 65,08m, e de Erik Ebel, 60,35m. Os dois são de Auburn, no estado do Alabama.
Na semana anterior, ele havia competido pela Yellow Jacket Individual, em Atlanta, e venceu com a marca de 65,51m, na frente de Tyler Blalock (52,23m) e Caleb Hartley (44,78m), ambos da universidade do estado de Kennesaw. "Estou feliz com os resultados, está muito longe do melhor que fiz na minha vida, em 2019, mas há quase dois anos não competia por conta da pandemia, então estou voltando e vou começar a ter resultados melhores a partir da próxima competição", disse Alencar, que competirá na sua nova casa, a Universidade da Geórgia, daqui duas semanas.
"Peguei o primeiro lugar, mas também não estava tão forte o nível das competições. Com os resultados, atualmente sou quarto no ranking de primeira divisão aqui, nos Estados Unidos. Provavelmente vou cair um pouco, mas nesse ranking é até a próxima competição em Geórgia."
Em maio de 2019, em Hobbs, nos EUA, Alencar estabeleceu um novo recorde brasileiro sub-23 com 70,21m, quando morava na cidade de Great Bend, no Kansas, onde estudava e treinava na Barton Community College. No fim daquele aquele ano, mudou-se para Lincoln para estudar e treinar na Universidade de Nebraska. No final de 2020, tomou novos rumos e desde janeiro foi para Geórgia, onde reside na cidade de Athens.
Por conta da pandemia e questões burocráticas ficou sem treinar dois meses, retomando o trabalho na Geórgia em 7 de janeiro, tendo participado de três eventos indoor de martelete (prova tradicional nos EUA). Nesta prova foi campeão na Carolina do Sul, em 13 de fevereiro, com a marca de 20,64m.
"A melhor coisa que fiz foi ter vindo para cá. Em Nebraska a estrutura era muito boa, mas o motivo para sair foi pelo treinador, não era como eu esperava, prometeram coisas que não eram verdade, e consegui me transferir para Universidade de Geórgia, é uma das melhores dos Estados Unidos", disse Alencar.
Alencar ainda é inscrito no atletismo nacional pela Arpa (Associação Riopretense Pró-Atletismo) e junto do técnico Claudinei Vaz de Lima traça suas estratégias no esporte. Na terra do 'Tio Sam' vem sendo treinado agora por Don Babbitt. "É uma lenda nos Estados Unidos na minha prova, tem muita experiência e é considerando o melhor treinador do país. Esse foi um dos motivos de ter vindo para cá, além de um clima muito melhor, enquanto em Nebraska está 18 graus negativos, em Athens é 17 positivo", emendou Alencar.
O sonho olímpico de Alencar está um tanto quanto distante de ser alcançado para Tóquio neste ano, mas o trabalho segue. "Conversando com o Claudinei e o Don, vimos os critérios ou índice. Precisaria estar lançando 78 metros e a melhor marca pessoal minha é 70, então seria difícil. Mas também tem a questão da pontuação, se estiver até em 32º do ranking mundial posso ir. Se tiver uma boa temporada, lançando 73, 74 metros na média, teria chance de ir à Olimpíada", finalizou.