O novo presidente do São Paulo, Julio Casares, concedeu nesta segunda-feira, 4, a primeira entrevista coletiva após assumir o cargo e prometeu aplicar mudanças significativas no clube durante a gestão, que vai durar três anos. Um dos principais focos será reduzir a dívida, avaliada em quase R$ 600 milhões. Além disso, prometeu aproveitar mais as categorias de base. O compromisso é dar mais chance aos garotos no time principal e evitar que sejam vendidos ao futebol europeu precocemente.
Casares apresentou um plano de 50 metas para serem aplicadas nos cem primeiros dias de gestão. As propostas contemplam desde a organização de setores de gestão e planos de redução de despesas, até a ações voltadas para criar camarotes para ex-jogadores e setores populares no Morumbi, além da definição de critérios para saídas e vendas de jogadores e de estabelecer a criação de comitês.
Para reduzir as despesas, o presidente organizou um comitê financeiro de trabalho para atuar na renegociação com credores. "A nossa dívida eu chamo de compromisso. Está ao redor de R$ 570 a R$ 580 milhões", contou.
o dirigente ressaltou ser necessário ter cuidado para definir quem será o novo executivo de futebol a partir de fevereiro, quando Raí deixará o cargo. Tinha conversado com Rodrigo Caetano, ex-Internacional, porém o elevado salário esfriou a negociação.
O novo presidente quer aumentar a integração com o profissional e pretende que o clube priorize os garotos de Cotia quando houver a necessidade. "Quando a comissão técnica identificar necessidade da posição, terá que ser uma prática buscar esse valor dentro da nossa formação. Se não for possível, aí vamos ao mercado, mas de maneira diferente", disse. "O jogador, na minha visão, tem que ser revelado, deixar um legado esportivo e depois o legado financeiro. Claro que a necessidade financeira existe. O São Paulo tem responsabilidade, não vamos fechar os olhos. Mas o ideal é que o garoto ame o São Paulo, deixe um legado esportivo e depois venha o legado financeiro."