Se dizem que todo grande time precisa ter um alicerce sólido, o Novorizontino segue o ditado à risca. Edson Silva e Bruno Aguiar são os pilares de uma defesa forte, a melhor dos oito times que chegaram as quartas de final da Série D do Brasileiro Tomou nove gols em 18 partidas. Os dois, com passagens por clubes de Série A do Brasileiro, terão papel fundamental nos jogos decisivos pelo acesso à Série C contra o Fast Clube, do Amazonas. A primeira batalha decisiva é neste domingo, 3, às 16 horas, na Arena da Amazônia, na cidade de Manaus.
Bruno Aguiar chegou ao Tigre no começo de 2020 para a disputa do Campeonato Paulista e renovou para Série D. Já são 28 jogos. O defensor tem no currículo diversos títulos, como o da Libertadores de 2011, conquistado pelo Santos, que contava com jogadores do quilate de Neymar, Elano, Alex Sandro e Danilo, todos com passagens pela Seleção Brasileira. Chegou ao Novorizontino depois de passar pelo Joinville-SC e Brasil de Pelotas-RS.
O entrosamento com o companheiro Edson Silva veio rápido dentro e fora dos campos. O que agilizou a adaptação à cidade. "A experiência fez toda a diferença nesse lado. A gente atribui esse sucesso a todo o sistema defensivo que muitas vezes começa lá na frente. Nossa convivência é muito boa, a gente tá sempre lado a lado, está sempre conversando, se falando, as famílias se falam e isso só melhora o relacionamento dentro de campo", afirmou o zagueiro, que tem um gol na competição.
Edson Silva também vê a empatia com o parceiro de zaga como um ponto chave para a equipe no Brasileiro. Foram apenas nove gols sofridos em 18 partidas, média de um tento a cada dois jogos. "O estilo de jogo, não só nosso da parceria de zaga, mas da equipe como um todo deu muito certo. A convivência fora de campo é muito boa e fico feliz por isso. É um dos fatores para que o jogador chegue dentro de campo e realize o trabalho", conta o defensor, que já passou pelo São Paulo e também defendeu outro time da região, o Mirassol. No Tigre ele chegou no início de 2019, são 31 jogos acumulados.
A experiência dos dois em times grandes, contudo, tem o contraste com a realidade do Novorizontino, fundado em 2010 e que pode fazer parte, pela primeira, na Série C Nacional. Mas Bruno garante: a alegria e dedicação são as mesmas. "A gente que vem de time grande e que joga no time do interior buscando esses objetivos, sempre tem um sabor muito especial. Em cada time a gente cria uma expectativa e quando a gente atinge a meta, é uma alegria muito grande", completa.
Além da sintonia dentro das quatro linhas, há outro aspecto em que os dois combinam: não são adeptos dos sorrisinhos dentro de campo. Atacante que quiser levar a melhor sobre os dois, vai passar apertado. "A gente sabe que a nossa posição ali é crucial, que não pode errar. A gente sabe que tem que manter a postura firme, principalmente no rosto. Não dar risadinha, principalmente pros atacantes, a gente costuma enfrentar muito atacante folgado e aí eles sabem que a gente não está para brincadeira ali atrás", afirma Edson Silva, conhecido por intimidar os adversários. A ponto de intimidar até o colega de time. "Zagueiro, pela posição, tem que ter uma imposição física, né, mas o Edson intimida muito mais que eu, ele é muito mais feio", brinca Bruno.
Se não tomar gols neste domingo, o time de Roberto Fonseca já terá dado um enorme passo pelo acesso, já que a decisão será em Novo Horizonte, no dia 10, às 16 horas.