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09.Jan.2021 às 0h30

AgroDiário

Produtores do Noroeste Paulista investem na cachaça artesanal

Produção brasileira tem capacidade para 1,2 bilhão de litros por ano; estado de São Paulo está entre os maiores produtores da cachaça nacional e região dá a sua contribuição para o setor


Por: Cristina Cais
Cachaça produzida por Antônio da Camara Filho, em Cedral
Cachaça produzida por Antônio da Camara Filho, em Cedral - Divulgação

Em uma das regiões mais sucroalcooleiras do país — a do Noroeste Paulista — produtores de cana-de-açúcar investem na produção da cachaça artesanal e estão satisfeitos com o negócio que gera renda e ainda mantém parte da história do Brasil e da cultura popular. Entre os engenhos instalados nas propriedades rurais, gerações familiares se mantêm à frente da produção da "branquinha", como é conhecida popularmente a bebida. Atualmente, a cachaça é a segunda bebida alcoólica mais consumida no Brasil, na estimativa do Instituto Brasileiro de Cachaça (Ibrac).

Ainda conforme o levantamento do Ibrac, a cachaça corresponde a 72% do mercado de destilados do país, e um dos quatro destilados mais consumidos no mundo, sendo reconhecida como produto originalmente brasileiro. A capacidade de produção brasileira é de 1,2 bilhão de litros por ano, mas a estimativa gira em torno de 700 a 800 milhões de litros. E segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o estado paulista está entre os dez estados brasileiros onde se concentram os principais estabelecimentos produtores de cachaça, e também como um dos maiores consumidores da bebida.

Com a intenção de dar continuidade ao negócio da família, o produtor rural Antônio da Camara Filho comprou o sítio, em Cedral, na região de Rio Preto, de olho no engenho de cana-de-açúcar para a fabricação da cachaça. "O sítio era do meu sogro, e quando ele ficou doente, minha sogra resolveu vender. Como tinha o engenho, resolvi investir no negócio da cachaça artesanal. Tudo isso foi há 18 anos", conta Antônio. Hoje, o produtor rural diz que a produção da bebida foi um bom investimento e que sustenta as despesas para a manutenção do sítio.

Em pouco mais de um alqueire de terra, Antônio faz o cultivo da cana-de-açúcar. Ele explica que, após o processo de fermentação e destilação do caldo de cana ou do melaço, será fabricada a cachaça. "Para uma tonelada de cana, rende 500 litros e a alambicada chega a 100 ou 200 litros". Antes disso, depois do corte no campo, o produtor disse que a cana precisa ser limpa, antes de ir para a caldeira.

É um processo bem artesanal, com dedicação maior para os tonéis, segundo Antônio. "Invisto em tonéis, de madeiras como as de carvalho, jequitibá-rosa e amendoim. E sigo uma receita, mas o segredo da cachaça está na fermentação". O produtor lembrou também que possui um tonel de 18 anos, mas sempre há a reposição, seguindo o princípio de quanto maior o envelhecimento da bebida, melhor o sabor.

Há diferença, segundo Antônio, entre as fabricações da cachaça artesanal e industrial. "A cachaça artesanal possui sabor natural, não tem mistura de frutas e também não é adocicada", destacou. Com produção de 80 a 100 litros da bebida a cada dois dias, a cachaça de Antônio- que leva a marca de "Cachaça do Cedro"- tem sempre um consumidor "das antigas", como ele mesmo se refere ao grupo que aprecia o destilado, mantendo a tradição das pessoas que apreciam a bebida.

Cachaça sustentável

A sustentabilidade, assunto que também chegou ao campo, pode ser aplicada para produzir artesanalmente a cachaça, com o aproveitamento das "sobras" da cana-de-açúcar, como está fazendo o produtor rural João Alexandre Pulici. Com a marca "Menino de Engenho", Pulici produz a cachaça artesanal em sua propriedade rural localizada em Cedral, e garante a produção sustentável do agronegócio idealizada há seis anos.

"Procuro aproveitar o máximo da cana-de açúcar, usando o bagaço para aquecer a caldeira no processo da fermentação. O bagaço pode ser considerado um empecilho na produção, mas consigo o vapor que necessito. É uma forma de não usar a lenha e de diminuir custos", afirma Pulici. Com a medida sustentável, ele acredita que o processo de reutilização do vinhoto diminui o impacto ambiental.

O plantio de 2,5 hectares de cana-de-açúcar, para a colheita usada no engenho, exige o mesmo manejo para os produtores que fornecem o produto para as usinas do setor sucroenergético. Segundo Pulici, não há diferença entre as variedades da cana plantada, mas o corte ainda é o manual e a planta retirada com o facão. "O canavial suporta melhor, como não é uma grande produção, a máquina acabaria deteriorando mais o solo", explica sobre o fato de colher a cana manualmente, com a ajuda de um funcionário.

O produtor rural - que é advogado - recorda como instalou o engenho para fabricar a cachaça. "Em uma visita, como advogado de uma empresa fabricante de tonéis em Sertãozinho, conversando com o proprietário, tive o interesse em começar o negócio". Pulice disse ainda que a fábrica de tonéis do seu cliente fechou, "e hoje a grande dificuldade no setor é adquirir os tonéis de madeira".

A produção da cachaça vem aumentando a cada ano, de acordo com Pulici, com 240 litros produzidos diariamente. "No ano passado, produzimos 7 mil litros, sendo o maior investimento na compra dos tonéis de madeira de carvalho e de jequitibá-rosa", completa o produtor. Ele disse ainda que a produção da cachaça artesanal é rentável, mas investir no engenho tem custo elevado.

 

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Museu do engenho da família Tapparo, em Mirassol - Divulgação
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Tonéis de carvalho do engenho Dom Tápparo - Divulgação
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Turistas em visita às instalações do engenho Dom Tapparo - Divulgação
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Rota de turismo rural

Acompanhada de uma boa música da tradicional moda de viola caipira e de um churrasco preparado com a costela no chão, a cachaça dos engenhos da região ganharam ainda um sabor mais especial. Há seis anos, o empresário e produtor rural Sylvio Di Jacintho, proprietário da Avantti Turismo Rural, de Rio Preto, prepara roteiros turísticos para as visitas nos engenhos de cana-de-açúcar, que ele denominou como "rota da cachaça".

Depois de conhecer os engenhos, desde as plantações no campo até o processo de fabricação da cachaça, Sylvio explica que os turistas encerram os passeios com a degustação da "branquinha". "Como o nosso objetivo é valorizar o produtor rural, além da cultura popular, fizemos uma rota para o turista conhecer os alambiques instalados em Cedral, Mirassol e Poloni". Passeio imperdível, suspenso em razão da pandemia de coronavírus.

Sylvio também se dedica a produzir a cachaça artesanal, que leva a marca da "Rota da Cachaça" e tem a produção anual de 500 a 2.000 garrafas. Segundo o produtor rural, a bebida é produzida em tonéis de madeiras de amendoim, carvalho e umburana. "A cachaça no amendoim fica mais branca, mas a preferência dos consumidores brasileiros é a produzida no barril de carvalho, que tem uma cor amarelo e sabor amadeirado", explica. (CC)

Família mantém tradição com 3ª geração

A história da família Tápparo no agronegócio coincide com o fim de um tempo considerado de ouro no Noroeste Paulista, com as plantações de café, e resulta no investimento na cana-de-açúcar- um dos principais produtos, atualmente, da agricultura na região. "Quando meu avô comprou a propriedade rural em Mirassol, as plantações de café deram lugar ao canavial e a produção da cachaça artesanal teve início há 43 anos", lembra o empresário Breno Tápparo.

Com o cultivo de 35 alqueires de cana-de-açúcar, na propriedade rural de Mirassol, a família fundou o "Engenho Dom Tápparo", e, segundo Breno, começou uma pequena produção de cachaça. "Meu avô gostava de presentear os amigos com a cachaça, mas em 1980 meu pai investiu na compra de um barril de carvalho europeu e começamos a fabricar 5 mil litros da bebida", disse Breno.

A fabricação da cachaça se ampliou e Breno, que com os irmãos Bruno e Giovanni integram a terceira geração da família na condução dos negócios, explicou que a capacidade atual do engenho é de 2 mil litros da bebida, por hora, em cada safra de cana-de-açúcar. No final do ano passado, a família Tapparo desenvolveu mais de 40 produtos derivados da cachaça- que levam a marca "Dom Táparro"-, com o envelhecimento do destilado em carvalho americano e com a madeira brasileira de amburana.

Breno destacou ainda que a cachaça está mais valorizada, diferente da popular "pinga" como era chamada no passado. "A cachaça é uma bebida mais antiga que a tequila, ganhou espaço no mercado brasileiro e de outros países". Ele afirmou ainda que a cachaça é notável pela história que acompanha o Brasil, desde a o início do século XVI, quando começou a ser consumida. No engenho, Breno e sua família criaram um museu onde guardam peças antigas usadas na lavoura, e os visitantes podem conhecer a história da cachaça. (CC)

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