A produção média de cerveja artesanal com fins comerciais na microrregião de Rio Preto atingiu o marco de 133,5 mil litros mensais em 2020. O volume representa um crescimento de 130 mil litros na produção regional por mês, em comparação ao que era fabricado em 2013, ano em que a atividade começou na região. O levantamento foi feito pela reportagem com base em informações dos fabricantes e das marcas que terceirizam a fabricação em Rio Preto, Potirendaba e Mirassol.
O crescimento foi alavancado pela cervejaria Trieste, instalada em Potirendaba. Desde que foi fundada, em 2014, a cervejaria multiplicou por 10 a capacidade de produção, passando dos 10 mil litros mensais para 100 mil litros. "A aceitação no mercado foi rápida. Em apenas um ano já tínhamos toda a capacidade de produção tomada. A opção foi investir e em 2019 ampliamos a capacidade significativamente, mas seguindo à risca o conceito de cervejaria artesanal", diz José Victor Franzotti, gerente comercial da Cervejaria Trieste. Desde o início das operações foram investidos R$ 15 milhões.
A trajetória de crescimento do setor foi interrompida pela pandemia de coronavírus em consequência às restrições no funcionamento de bares e restaurantes e à realização de eventos, considerados os principais instrumentos de conquista de novos consumidores e de consolidação da cultura da cerveja artesanal na região.
Com capacidade para produzir 191,5 mil litros por mês, as nove marcas da microrregião, juntas, atualmente produzem 130 mil litros. Número que deve ter caído ainda mais em março, quando a venda de bebidas alcoólicas ficou proibida durante 15 dias, em função do decreto de lockdown municipal para tentar frear o contágio pelo coronavírus.
Duas fábricas de Rio Preto, inclusive, viram-se obrigadas a interromper a produção durante a pandemia de coronavírus. Outra, que terceiriza a produção - modalidade apelidada de cigana no meio cervejeiro, vem trabalhando com 10% do potencial produtivo.
Atualmente, a microrregião conta com sete microcervejarias e duas marcas que terceirizam a produção. Cinco fábricas estão em Rio Preto, uma em Mirassol (Daslagoas) e outra, a maior delas, fica em Potirendaba (Trieste).
Somada, a capacidade produtiva das cinco fábricas de Rio Preto (Velvet, Revoluta, VigVatten, Freedom e Tamareira Fábrica Bar) é de 81,5 mil litros de cervejas por mês. Destaque para a Velvet, que começou a operar em 2015 com capacidade para 1,9 mil litros por mês e hoje em dia é capaz de produzir 26 mil litros mensais, o equivalente a 32% do potencial produtivo local.
"Em 2019 demos início a uma nova fase, com investimento de pouco mais de R$ 1 milhão para ampliar a produção. Mas devido à pandemia, atualmente, operamos com 15% da capacidade", diz Adalberto Afonso, da Cervejaria Velvet.
Vila Dionísio Decennial e Odisseia são as marcas que terceirizam a produção. A primeira é feita desde 2013 para servir exclusivamente os pubs Vila Dionísio (Rio Preto e Ribeirão Preto) e também o bar Chico Barrigudo (Rio Preto). Já a Odisseia foi fundada em 2015 e atualmente utiliza fábricas de Olímpia e Jaboticabal para fazer suas cervejas.
"Alcançamos um pico de produção de 6 mil litros por mês, mas desde o início da pandemia temos produzido entre 1 mil e 1,5 litros mensais", afirma Alexandre Zanin, sócio proprietário do Vila Dionísio e Chico Barrigudo.