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25.Mar.2021 às 23h54

EFEITOS DO LOCKDOWN

Indústrias de Rio Preto enfrentam reflexos do lockdown

Temor é o desabastecimento de várias cadeias da economia e mais desemprego


Por: Lucas Israel
Rodrigo Basaglia não descuida de planilhas e calculadora para manter a empresa saudável financeiramente
Rodrigo Basaglia não descuida de planilhas e calculadora para manter a empresa saudável financeiramente - Guilherme Baffi 25/3/2021

Dentre as medidas que o lockdown de Rio Preto provocou, a suspensão das atividades industriais foi aquela que gerou uma das reações mais estridentes. Diversas fábricas estão com as atividades paralisadas, mesmo possuindo contratos de exportação ativos e matéria-prima de sobra para continuar a produção. Em alguns casos, as encomendas de materiais para a manufatura chegam, mas ficam estocados, em alguns casos sem o armazenamento adequado.

O setor, que já havia sentido o baque no início da pandemia e chegou a demonstrar recuperação no segundo semestre de 2020, foi proibido de atuar na cidade, exceto aquelas que constam como Indústrias de Transformação. Segundo a Comissão Nacional de Classificação (Concla) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as indústrias de transformação possuem 23 especificações diferentes que abrangem desde a fabricação de produtos alimentícios à metalurgia. "Esta seção compreende as atividades que envolvem a transformação física, química e biológica de materiais, substâncias e componentes com a finalidade de se obterem produtos novos. Os materiais, substâncias e componentes transformados são insumos produzidos nas atividades agrícolas, florestais, de mineração, da pesca e produtos de outras atividades industriais", diz nota explicativa emitida pelo IBGE.

Com isso, os serviços que não se enquadram nas categorias previstas ficam impedidos de atuar. A empresária Marina Rossignolo, que atua no ramo da moda - um dos atingidos pela medida - já prevendo uma queda nas vendas, optou por dar férias antecipadas aos funcionários para tentar reduzir o prejuízo. "Fechamos a fábrica no dia 17 e também deixei antecipadas férias para cinco funcionários. Vai produzir tanto para quê, se não podemos vender?."

Num primeiro momento, em função do primeiro impacto da pandemia, houve demissões, mas com a quantidade reduzida de funcionários, fica difícil ter de onde tirar. "As lojas não estão vendendo quase nada, quem vende no varejo está fechado. Está um caos", conta.

Segundo o IBGE, a indústria brasileira teve uma queda de 4,5% na produção em 2020 em comparação com 2019. No período de março a abril do ano passado, quando houve as primeiras medidas de isolamento social para enfrentar a doença, a indústria chegou a apresentar um recuo de 27,1%. Havia otimismo do setor para este ano, mas as medidas impostas pelo lockdown serviram como um balde de água fria para muitos.

Segundo o economista José Mauro da Silva, a paralisação das indústrias pode provocar o desabastecimento em diversas cadeias. "O problema do lockdown é parar tudo. Por enquanto, os setores da prestação de serviço vinham sendo mais seriamente afetados. Mas a indústria só é afetada se parar tudo", disse. "No geral, o desabastecimento gera um problema de fluxo. As médias e pequenas empresas não têm dinheiro para suportar mais que dois, três meses."

Por isso, o diretor-executivo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) Liszt Abdalla, conseguiu uma reunião para tentar sensibilizar o prefeito Edinho Araújo (MDB) a tomar medidas menos restritivas ao setor, permitindo a atuação industrial. "A indústria não pode parar porque pode ter uma crise de abastecimento. Não estamos colocando a questão dos prejuízos (das empresas) primeiro. E o desabastecimento pode acontecer em escala, a gente tentou esclarecer isso para o Edinho, mas o comitê não entendeu isso", afirmou.

O empresário Rodrigo Basaglia é outro que gasta algumas horas do dia em frente a planilhas e calculadora para conseguir manter a sua atividade, uma vidraçaria. Sem poder atuar, ele ainda obtém alguma movimentação financeira pelo e-commerce, mas a maior parte da movimentação da empresa era com a instalação de boxes e espelhos. "O empresariado está com uma batata muito quente na mão e não sabemos se isso vai terminar dia 31", disse. Para manter as atividades, além de se debruçar sobre o orçamento da empresa, Rodrigo ainda sabe que terá que gastar muita saliva para conseguir rolar as dívidas. "Vamos chamar nossos fornecedores para negociar e estender os prazos de pagamento. Além disso, vamos fazer uma força-tarefa para movimentar o caixa."

Exportações

O drama das indústrias ainda envolve outro ponto: as exportações. As operações para entregas das mercadorias em outros países requerem precisão logística de toda a cadeia de produção, desde a chegada da matéria-prima até mesmo a data em que o produto sai da fábrica rumo a portos e aeroportos. Qualquer alteração na cadeia, por menor que seja, tem efeito dominó. Pelo menos dois empresários ouvidos pelo Diário, mas que não quiseram se identificar, relataram que podem perder vendas para o exterior em função da impossibilidade de atuarem. "Uma indústria, se tem contrato de exportação, se não pode entregar no prazo, acabou. Muitas vezes perder um contrato fecha a empresa", analisa Abdalla.

Outro setor paralisado é o do entretenimento. A categoria foi uma das primeiras a ser afetada pelas medidas de distanciamento social para evitar o alastramento da Covid-19. A volatilidade nas possibilidades de atuação exigiu um corte severo de custos. O empresário Ricardo Del Campo, da Magic Games, que além da fábrica que mantém em Rio Preto, possui parques em shoppings em todo o País, precisou enxugar o pessoal que atua nas lojas em função das restrições provocadas pelo distanciamento social. Se no início de 2020, eram pouco mais de mil funcionários atuando, hoje são, precisamente, 197. "Tivemos que demitir mais de 800 funcionários, voltamos a contratar, ficamos com pouco mais de 200 e agora temos exatamente 197. Mas se continuar assim, a gente vai ter que demitir novamente."

A possibilidade de demissões, agora, se confunde com o risco de encerramento das atividades das empresas. Se antes havia o apoio do Governo Federal para que as empresas pudessem bancar o salário de colaboradores, agora a ausência de suporte por parte do poder público pode ensejar soluções mais drásticas. "A gente aderiu ao sistema do governo federal. Se não tivesse feito isso, não estaríamos abertos hoje, não teríamos dado conta. A gente está sem chão. Estamos vivendo o hoje, o amanhã a gente não sabe", afirma Marina.

 

Empresas de serviços também sentem os impactos

Divulgação

Outros setores da economia de economia também foram afetados pelo lockdown. Se ao longo da pandemia bares, restaurantes, academias e salões de beleza foram os mais prejudicados, agora as restrições atingiram quem, de alguma forma, ainda estava trabalhando. E os impactos são muitos, desde prejuízo no faturamento, preocupação com o pagamento das despesas jurídicas e pessoais e com o salário dos funcionários.

Giovanna Lavezo é tatuadora e foi surpreendida pelo lockdown. No ano passado, nessa mesma época, ficou três meses sem atender. Se naquela época sofreu com situação, aproveitou para aprender organizar suas finanças e, quando pode trabalhar, começou a fazer uma reserva para novos imprevistos. "Estou um pouco mais tranquila nesse momento. Mas tenho reserva para apenas um mês, então se a situação se estender, o dinheiro pode acabar e a minha situação financeira pode se complicar", disse.

A empreendedora tenta complementar a renda vendendo alguns serviços e artes que produz. Ela começou a fazer pinturas por encomenda e tem feito rifas de tatuagem. Mesmo que não ganha consegue desconto para tatuar depois. "Me considero privilegiada por minha família sempre ter me influenciado a fazer esse planejamento financeiro para não passar aperto. Percebo que não é algo que muita gente do meu setor faz."

O cirurgião dentista Ricardo Oliveira de Moraes, responsável pela clínica Oral Sin, especializada em implantes odontológicos, afirma que apesar de sua área de atuação estar liberada para funcionamento ao longo da pandemia, sentiu que o faturamento foi impactado indiretamente pela queda de rendimento em outros serviços e pelo desemprego. "O serviço odontológico deixou de ser prioridade e a inadimplência aumentou consideravelmente."

Segundo o profissional, o lockdown agravou o impacto no setor, já que as clínicas estão impossibilitadas de atender. A permissão é apenas para urgências e emergências. "Nossa clínica trabalha com reabilitação, então, nesse momento, estamos com a clínica fechada. Estimo que neste mês teremos uma redução de 70% no faturamento."

Proprietária de um estacionamento em Rio Preto, Lilian Gonçalves Mello tem vivido momentos difíceis desde o começo da pandemia, com a redução no fluxo de clientes. Como solução, adotou a publicidade na internet para conquistar mais clientes com foco em quem vai viajar e não tem onde deixar o carro. O resultado foi suficiente para pagar as contas e os funcionários. "Por conta do lockdown terei uma queda de 90% no rendimento. Se a situação se estender para próximo mês, não tenho como pagar funcionário e nem aluguel".

(colaborou Júlia de Britto)

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