Com propriedades probióticas e desintoxicantes, o Kombucha, uma bebida fermentada não alcoólica produzida a partir de um chá ou infusão com a adição de açúcar e ingredientes 100% naturais, vem ganhando mercado no Brasil e também na região de Rio Preto. De acordo com a Associação Brasileira de Kombucha (ABKOM), a produção de kombucha aumentou em 50% entre 2018 e 2019 aqui no País. "Foram 600 mil litros produzidos em 2018. No ano seguinte esse número saltou para 900 mil", revela Jovan Demoner, presidente da ABKOM e fundador e master Brewer do Kombucha Vivaodia, um dos pioneiros na fabricação da bebida no Brasil.
A Associação conta com 35 produtores em todo o Brasil e, em 2019, o setor registrou um faturamento de R$ 12 milhões. Dados da Global Market Insights indicam que os negócios com a bebida orgânica devem crescer mais 16% até 2025. Os consumidores querem opções naturais, com menos conservantes e de menor impacto ambiental. "O perfil dos produtores e também dos consumidores é de pessoas que têm ligação com estilo de vida saudável, consomem alimentos naturais e buscam qualidade de vida e trabalho".
Bebida "viva"
Após morar 15 anos em Brasília, a psicopedagoga, naturopata e kombucheira Mayra Maria Leoncy de Lavor, 39 anos, resolveu voltar para o interior. Mudou-se para Pirenópolis (GO), onde produzia pães e comidas vegetarianas para vender na feira. Ao passar por um problema de saúde, uma gastrite nervosa causada por estresse, ela resolveu mudar seus hábitos e sua vida. "Em 2017 conheci um francês que me apresentou o kombucha. Comecei a fazer e a tomar para meu tratamento de úlcera gástrica. Em dois meses eu melhorei muito, sem nenhum outro tratamento. Foi então que eu comecei a fazer kombucha para o meu consumo, para os amigos e para compartilhar na feira. E a procura começou a crescer", conta Mayra.
A produção de Mayra começou em casa. Ela fez cursos, leu livros e publicações científicas. "Estudei gastronomia na Universidade Federal de Goiás, o que me ajudou bastante no processo. Fui me especializando, dominando as técnicas e o kombucha foi ficando cada vez melhor e mais gostoso", diz. Foi quando, em 2019, ela resolveu voltar para o distrito de Engenheiro Schmitt, para morar com os pais.
Mayra produz os kombuchas ao lado da mãe, Eunice Maria Leoncy de Lavor, de 65 anos. É uma produção artesanal e pequena, com cerca de 100 litros por semana, em garrafas de 355 ml. "Temos uma produção familiar, feita por mulheres. Incentivamos o reúso das nossas embalagens de vidro, que escolhemos para estarmos mais conectadas com a natureza e produzir menos lixo. Também nos preocupamos com nossos ingredientes, que não têm veneno", diz.
A Camellia Vivida tem 12 sabores de kombucha e o fermentado de gengibre, o ginger soda. "Como tem o frisson, é gasosa, refrescante e por ser uma bebida alegre e feliz, tem muito potencial para ganhar espaço na vida das pessoas e substituir industrializados e refrigerantes. Nossos mais vendidos são o de uva com flores de hibisco, o limão, gengibre e capim santo e o de cranberry e hibisco", afirma. A produção é comercializada em Schmitt e Rio Preto. "