Com 2,01 milhões de veículos montados, uma queda de 31,6% em relação a 2019, as montadoras tiveram em 2020 a produção mais baixa em 17 anos. O mês de dezembro foi, porém, positivo, com crescimento de 22,8% em relação ao mesmo período de 2019, chegando a 209,3 mil veículos. Na comparação com novembro, a produção teve queda de 12,1%. Os números, que englobam carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram divulgados nesta sexta-feira, 8, pela Anfavea, a entidade que representa as montadoras instaladas no País.
A parada de produção no início da pandemia, com desligamento por completo do parque automotivo em abril, pesou no resultado. O desempenho negativo também tem, contudo, outros ingredientes, como a falta de peças e as restrições trazidas por protocolos de prevenção nas fábricas, que frearam uma arrancada mais forte das linhas de montagem após a demanda responder positivamente nos meses seguintes à reabertura das concessionárias com a flexibilização das quarentenas.
Ao comentar o resultado, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que, considerando o padrão de 2020, os volumes de dezembro foram fortes e resultaram de um esforço da indústria em compensar com horas extras e, em alguns casos, cancelamento de férias coletivas os atrasos causados pela insuficiência de insumos.
Ainda assim, o setor entra em 2021 com estoques de veículos suficientes para só 12 dias de venda, o menor nível da história. A ociosidade de 2020 foi de aproximadamente 3 milhões de veículos.