Ary Ramos da Silva Júnior
Ary Ramos da Silva Júnior
A pandemia está reestruturando todos os setores econômicos e produtivos, criando novas oportunidades e, ao mesmo tempo, novos desafios, exigindo uma grande capacidade de construirmos um consenso político, novos projetos de crescimento econômico, destravando os investimentos produtivos, aumentando emprego e criando novas perspectivas positivas, fundamentais para a retomada da economia. A pandemia nos traz oportunidades e, infelizmente, não percebemos as oportunidades que estão aparecendo e estamos perpetuando mais mediocridade política e baixo crescimento econômico, que permeia a economia brasileira desde o começo dos anos 1980.
Neste momento, percebemos que a recuperação da economia está distante, os indicadores são ruins, a instabilidade política aumenta, os desajustes sociais crescem e, tudo isso contribui para gerar perspectivas negativas e o incremento da desesperança que domina a sociedade brasileira.
Os dados macroeconômicos estão preocupantes: as taxas de juros estão elevadas e tendem a aumentar mais, o câmbio desvalorizado pressiona os custos e aumenta os preços na estrutura produtiva, as incertezas fiscais persistem e as respostas do governo são frágeis e inconsistentes, o desemprego está elevado, a retração da renda é uma realidade cruel para grande parte da população, aumentando a degradação social e elevando a fome, que geram constrangimentos para as classes sociais mais fragilizadas, afetando mais de 20 milhões de brasileiros e deixam claro a ausência de um programa econômico consistente. Tudo isso contribui para que o clima de desconfiança aumente e postergue os investimentos produtivos, postergando a recuperação do emprego e vislumbrando ambiente mais favorável.
Ao mesmo tempo, a economia internacional vive momentos de grandes conflitos de hegemonias, antecipando confrontos geopolíticos entre os Estados Unidos e a China, visando o controle sobre a economia mundial pós-pandemia. Diante disso, percebemos que os governos atuam diretamente para proteger e fortalecer seus setores produtivos, despejando trilhões de dólares para estimular indústrias de semicondutores, inteligência artificial, 5G, biotecnologia, big datas, internet das coisas e impressão 3D, setores industriais que tendem a ser os grandes responsáveis para a economia do século 21.
Neste ambiente, a sociedade se encontra em grandes desafios para os próximos anos. Precisamos reencontrar o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, repensar os instrumentos estratégicos mais consistentes para compreender os grandes desafios do século 21, criando espaços de atuação e de convivência política civilizada, retomar os princípios do planejamento do desenvolvimento econômico, retomando os investimentos públicos, retomando projetos e estimulando os investimentos da economia verde, utilizando as agências de fomentos nacional e internacional para dinamizar os investimentos que foram travados e fragilizando a recuperação dos setores produtivos, degradando os indicadores econômicos e conduzindo mais uma vez para um ano de recessão, mais desemprego, altos gastos necessários e queda na confiança dos setores produtivos que postergam os investimentos externos e internos.
Com o ambiente econômico que vislumbramos, a economia brasileira caminha para uma forte recessão nos próximos anos. Com taxas de juros em ascensão, o custo do crédito cresce de forma acelerada, elevando o endividamento das famílias e das empresas nacionais, aumentando as falências e a quebradeira dos setores produtivos, levando os grandes conglomerados econômicos internacionais a adquirirem grupos nacionais, elevando a desnacionalização da economia brasileira, fragilizando o centro de poder econômico nacional e transformando os grupos internacionais nos grandes responsáveis pelo crescimento econômico. Como estes não têm interesse em estimular o desenvolvimento econômico dos países, perpetuamos nossa dependência externa e postergamos nossa capacidade de construirmos nossa autonomia. Diante disso, percebemos, claramente, que o nosso subdesenvolvimento econômico não é destino, mas está diretamente ligado à nossa incompetência, nosso complexo de vira-latas, representado magistralmente pelo escritor Nelson Rodrigues.
Ary Ramos da Silva Júnior
Economista, Mestre, Doutor em Sociologia e professor universitário
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