A pandemia da covid-19 fez com que artistas plásticos de Rio Preto e região buscassem na internet novos meios para a divulgação de suas obras. E a experiência tem rendido bons frutos, mostrando que o ambiente virtual permanecerá como um importante aliado mesmo depois do fim do período de distanciamento social.
Há mais de 20 anos no mercado das artes, contando com uma vasta carteira de clientes, a artista plástica Regina Cheida teve um ano de 2020 bastante produtivo. "Consegui manter aquecida a venda de minhas obras graças às oportunidades geradas pela internet. E olha que nunca dei muita bola para isso, apesar de manter um site com meus trabalhos artísticos", diz ela, que, ao lado de Sandra Antunes, outro nome das artes plásticas rio-pretense, participa da mostra coletiva virtual "Cores Conectadas".
Em cartaz até fevereiro, "Cores Conectadas" reúne 60 obras de 30 artistas brasileiros, que podem ser contempladas em uma plataforma que imita o ambiente de uma galeria de arte. Por meio da tecnologia usada em tours virtuais, é possível "passear" pelo espaço de exposição como se fosse em uma galeria de verdade. Ao passar o mouse sobre um dos quadros, o espectador tem informações sobre a obra e seu autor.
Realizada pela NC Virtual Gallery, "Cores Conectadas" pode ser acessada pelo link: ncvirtualgallery.com.br/SITE/CoresConectadas. "Essas iniciativas no ambiente virtual estão funcionando bem durante a pandemia. Elas têm permitido a conexão entre artistas e apreciadores de arte, além da troca de informações entre os próprios artistas", comenta Regina.
Arte e acolhimento
A nova normalidade fez com que Sandra Antunes desengavetasse o projeto de seu site. "Passei a dar mais atenção na internet agora, com a pandemia da covid-19. Comecei a criar o meu site próprio, que pretendo lançar em breve, além de manter a divulgação das minhas obras em meu perfil no Instagram [@sandra_antunes_arts]", conta ela, que também faz parte da edição de final de ano da revista digital "Be ART", editada pelo mesmo grupo responsável pela "Cores Conectadas".
Para Sandra, apesar de todas as adversidades impostas pelo novo coronavírus, 2020 foi um ano produtivo. E uma das razões ela relaciona à própria pandemia. "Como as pessoas estão ficando mais em casa, investiu-se muito em reformas e melhoras do ambiente doméstico. E as artes plásticas desempenham um papel importante nesse segmento. A arte tem esse toque de acolhimento que as pessoas estão tanto buscando agora", destaca.
Regina reforça a tese de Sandra sobre a presença da arte no ambiente doméstico. "O mercado da construção não parou durante a pandemia porque as famílias estão buscando deixar a casa o mais aconchegante possível. A obra de arte entra na finalização desse trabalho, dando um toque especial para cada tipo de ambiente", pontua ela, que estará na próxima edição da "Be ART", revista digital que é produzida em Cascais (Portugal) e editada em Barcelona (Espanha) por Pietra Junqueira.