A Polícia Federal de Rio Preto apreendeu dinheiro, celulares e documentos durante o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão da Operação Greening na manhã desta quarta-feira, 7. O alvo da PF é uma organização da região envolvida em contrabando de cigarros e lavagem de dinheiro.
Além de tentar desfazer uma rede regional de contrabando de cigarros, em geral comprados clandestinamente do Paraguai, a PF investiga a tentativa de lavagem de dinheiro feita pelos suspeitos, que tentam ocultar o lucro do crime por meio da compra de imóveis. Os bens são colocados em nomes de outras pessoas, usadas como laranja, como forma de ocultar patrimônio e consequente sequestro de bens. "A presente investigação foi batizada de 'Greening' em alusão ao nome de uma doença causada por uma bactéria que extermina os citros, tratando-se de referência à utilização de 'laranjas' para ocultação de bens oriundos do crime antecedente (contrabando de cigarros) praticados pelos investigados", explicou a PF.
Os policiais cumpriram os quatro mandados em imóveis residenciais e na sede de empresas da cidade, para apreensão de documentos, celulares e arquivos digitais. Os endereços e nomes das empresas não foram divulgados.
Para cumprimento dos mandados expedidos pela 6ª Vara da Justiça Federal de São Paulo, foram mobilizados 20 policiais federais. Todos saíram simultaneamente de madrugada até os endereços indicados pela investigação para impedir que os suspeitos trocassem informações e destruíssem provas do dois tipos de crimes.
A Justiça Federal também decretou a quebra de sigilo bancário dos investigados, para checar a movimentação financeira de cada um e verificar se é compatível com o padrão de vida.
O principal investigado da Operação Greenning, que não teve o nome revelado, seria responsável pela prática contínua do crime de contrabando de cigarros. Segundo a PF, o suspeito já foi preso duas vezes por esse crime.
Durante a investigação, a PF constatou que o suspeito usa o faturamento da venda de cigarros contrabandeados para comprar diversos bens de valores relevantes, especialmente imóveis.
"Com a deflagração da operação, pretende-se apreender valores e documentos, mídias, equipamentos de informática e telefones que serão analisados pela PF no interesse das investigações e também com o objetivo de identificar outros envolvidos nos crimes", informou a Polícia Federal.
Em um dos endereços, os policiais federais apreenderam uma grande quantidade em dinheiro, sem documentação de prova de origem. A quantia exata não foi divulgada.
Os envolvidos poderão ser processados e pegar as penas máximas para os crimes de lavagem de dinheiro e contrabando, que são, respectivamente, 10 anos e cinco anos de reclusão.