Rio Preto registrou um aumento de 9% no consumo de água nos três primeiros meses desse ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Serviço Municipal Autônomo de Água e Esgoto (Semae), que orienta a população a adotar o consumo consciente - além do aumento, motivado em parte pelo lockdown em março, houve também redução na quantidade de chuvas em Rio Preto.
Segundo a autarquia, de janeiro a março deste ano, foram consumidos 8.082.677 metros cúbicos de água, contra 7.402.171 no mesmo período de 2020. O aumento mais exponencial foi registrado em março deste ano, com 2.475.355 metros cúbicos contra 2.087.909, aumento de 18%.
"Neste início de ano, por causa das medidas de combate à pandemia, que fizeram um número maior de pessoas ficar em casa, o consumo de água registrou um aumento em Rio Preto. Lembrando que a pandemia da Covid-19, começou no final de fevereiro de 2020, mas as medidas restritivas somente iniciaram no final de março do ano passado", disse o porta-voz do Semae, Ruy Sampaio.
Diante do crescimento do consumo de água, a autarquia já orienta os rio-pretenses para o uso consciente, mas descarta risco de desabastecimento e de um novo racionamento de água nos próximos dias na cidade. "A captação de água da Represa Municipal continua dentro da normalidade. Apesar das poucas chuvas, não houve diminuição na captação. A autarquia está atenta, acompanhando os desdobramentos da pouca intensidade de chuvas, neste começo de ano. É necessário que a população faça o uso racional da água e economize no consumo", completou.
O reflexo da estiagem prolongada pôde ser visto na manhã dessa segunda-feira, 5, no vertedouro da Represa Municipal de Rio Preto que voltou a secar. Dados do Semae apontam que houve uma queda de 42% no total de chuva registradas no pluviômetro, localizado no Palácio das Águas.
Para se ter uma ideia, em março do ano passado, foram registrados 154 milímetros. Em março deste ano, foram apenas 79 milímetros. "Existe uma preocupação do Semae em relação à falta de chuvas, mas esperamos que em abril volte à normalidade", falou Sampaio.
Em setembro do ano passado, o Semae precisou adotar racionamento de água na cidade, deixando aproximadamente 180 mil rio-pretenses sem água durante dez horas por dia. A medida foi adotada pela estiagem prolongada que atingiu a região noroeste do Estado de São Paulo e que também fez o vertedouro da Represa Municipal secar.
Na época, a fiscais do Semae também passaram a multar quem fosse pego desperdiçando água na cidade. O valor da multa era aproximadamente R$ 2,1 mil, em caso de reincidência.
Com o aumento do consumo de água, é recomendado evitar o desperdício, com ações como não lavar a calçada, reduzir o número de vezes que utiliza a máquina de lavar roupa, reduzir o tempo no banho e até fechar a torneira ao lavar a louça. "Menos chuvas, mais consumo. Por isso são importantes as medidas de economia de água", finalizou Sampaio.