Com a pandemia de coronavírus fora de controle na região, as práticas esportivas e de condicionamento físico em espaços coletivos públicos ou privados estão vedadas até o final deste mês em Rio Preto. É o que informa o item 5 do artigo 4º do Decreto Municipal 18.861, que dispõem sobre medidas restritivas de enfrentamento à Covid-19.
"Esportes coletivos e mesmo os individuais praticados em locais de aglomeração de pessoas são extremamente perigosos na atual situação. Não importa se é na academia ou ao ar livre, o vírus é facilmente disseminado em locais com gente perto umas das outras", diz a virologista Carolina Pacca Mazaro, professora doutora docente da Faculdade Faceres.
O risco de contrair o vírus mesmo em espaços abertos, de acordo com a virologista, deve-se ao fato de as pessoas praticarem atividades físicas nos mesmos lugares e nos mesmos horários, somado ao uso incorreto da máscara e ao desrespeito ao distanciamento. "A transmissão do Sars-Cov-2 é facilitada por esses descuidos. É a atitude individual que vai beneficiar o coletivo. Com todos seguindo as recomendações, o vírus não encontrará pessoas para infectar".
Para quem faz questão de manter a forma física, ou não quer perder o ritmo neste período de isolamento total, a opção é exercitar-se em casa.
A atividade física somada a uma alimentação equilibrada e oito horas diárias de sono aumenta a força e a resistência do corpo, diminuindo significativamente as chances de adoecer. "Uma boa alimentação necessariamente inclui frutas, grãos integrais e carne magra", afirma o nutricionista esportivo Fernando Loria.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que adultos pratiquem entre 150 e 300 minutos de atividade física moderada por semana, ou de 75 a 150 minutos, caso a atividade seja intensa, quando não há contraindicação. "Além de fazer bem à saúde do corpo, a prática frequente de exercícios físicos pode auxiliar muito no equilíbrio emocional e mental, principalmente nessa fase difícil de isolamento e de incertezas", indica a educadora física Graziela Cristina Figueiredo Rillo, 37 anos.
No entanto, para ser realmente benéfica à saúde, é imprescindível que a atividade seja feita sob orientação de um profissional de educação física. Caso contrário, a probabilidade de acabar lesionado é grande.
A fisioterapeuta Valéria Montefeltro Fraga diz ser comum atender pacientes lesionados depois de exercícios físicos executados de maneira errada. "Por mais simples que a atividade possa parecer, é necessário atenção total à posição, à postura durante a execução e à intensidade".
O lockdown levou o casal de dentistas Pedro Henrique de Mello Vasconcellos e Nanna Mabelle Trindade dos Santos a recorrer às aulas remotas para manter a forma física seguro do vírus e também de possíveis lesões.
O casal mantém uma rotina de exercícios físicos na academia que montou em casa, acompanhado a distância por um personal trainer. "A gente se conecta com o personal trainer por vídeo diariamente. Para evitar lesões, a maioria dos exercícios que fazemos são funcionais e o professor tem conseguido nos guiar bem", diz Pedro, ressaltando estar satisfeito com a experiência.
A farmacêutica Vanessa Sandi, 43 anos, também segue orientações a distância da personal e não abre mão dos exercícios. Usa até o cãozinho Thor para ajudá-la. E aponta os benefícios. "Qualidade de vida e saúde mental. Reduz ansiedade, depressão e estresse e melhora o sistema imunológico, o sono e o bem-estar psicológico e mental," diz.
(Colaborou Guilherme Baffi)