O domingo foi violento na periferia de Rio Preto, com um assassinato e dois baleados nos bairros Vila Toninho e Lealdade. Os autores dos crimes não tinham sido presos até início da noite desta segunda-feira, 22, e a polícia acredita que os casos possam ter ligação.
O assassinato deste domingo ocorreu às 17h19, na porta de um conjunto habitacional, na rua Maria Ceron Volpe. Ao atender a um chamado na portaria, o trabalhador informal Marcos Rodrigo dos Santos Amorim, 34 anos, conhecido como Rodriguinho, foi surpreendido por três homens armados que dispararam sem dar chance da vítima fugir.
Um adolescente de 18 anos, que estava ao lado de Rodriguinho, foi atingido por estilhaços das balas, depois socorrido e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Toninho. Rodriguinho também foi levado à UPA, mas não resistiu.
"Chegaram três caras de um carro e já chegaram atirando. Foi o maior susto. Não deu tempo de fazer nada", diz uma parente do rapaz baleado.
Parentes de Rodriguinho acreditam que ele tenha sido baleado por engano, porque ele não tinha revelado ter sido alvo de ameaça. "Ele não tinha briga com ninguém. A gente não consegue imaginar quem teria interesse em matá-lo. Espero que a polícia seja rápida para nos dar uma resposta", diz um parente do homem morto, mas que tem medo de se identificar porque os autores dos tiros ainda não tinham sido presos.
Cinco horas depois dos crimes na Vila Toninho, um adolescente de 17 anos foi baleado nas pernas, braços e costas no bairro Lealdade, por dois homens que saíram armados de um Gol, de cor branca. Os atiradores fugiram logo em seguida em alta velocidade.
O porta-voz do 17º Batalhão da Polícia Militar, tenente Claudio Ziroldo, diz que há suspeita de que os crimes tenham ligação. "O que nos chegou é que existe uma guerra entre bairros de Rio Preto, mas o caso está sendo investigado pela Polícia Civil", diz o tenente.
Ziroldo afirma que a PM tem aumentado o número de viaturas nessas regiões onde ocorreram o homicídio e as tentativas de assassinatos, mas nem sempre dá para evitar os crimes. "A gente faz operações surpresas para apreender armas, mas ao perceber a presença da PM, os criminosos se recolhem para atacar depois que a operação tenha terminado", diz o oficial.
O assassinato e a tentativa de homicídio da Vila Toninho estão sendo investigados pelo delegado de homicídios, Alceu Lima de Oliveira Júnior, responsável por apurar crimes de autoria desconhecida. O delegado não foi encontrado para comentar se há suspeito da autoria dos crimes.
Diretor da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto, o delegado Celso Bento diz que todo efetivo do setor de homicídios está empanhado em esclarecer os casos. "Apenas a tentativa de homicídio do adolescente de 17 anos, no bairro Lealdade, será apurado pelo 3º Distrito Policial, porque a vítima revelou apelido de duas pessoas. Mesmo assim, também iremos ajudar nas investigações". afirma o diretor.
Até o fechamento desta edição, nenhum dos autores dos crimes de domingo, tinham sido presos.
Neste ano, Rio Preto registra dez assassinatos, sendo que em oito deles as vítimas foram mortas a tiros. Nos dois primeiros meses do ano passado, foram quatro homicídios na cidade.