A possibilidade de escolher o que assistir, onde e quando são algumas das vantagens do serviço de streaming. Enquanto este cresce no Brasil e no mundo, a TV por assinatura amarga uma queda no número de assinantes. Inclusive em Rio Preto. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) revelam que depois de atingir o pico de clientes em 2015, a TV por assinatura em Rio Preto está em queda livre. Perdeu 25 mil assinantes em cinco anos.
E a tendência é perder ainda mais. "O streaming quebra a ideia de grade. Com esses serviços temos a opção de escolha, nós fazemos a programação. Por isso a tendência de perda de assinantes da TV paga é gigantesca. E por esse motivo as emissoras estão investindo em seus próprios canais de streaming. Afinal, hoje não faz sentido o usuário pagar o que se paga por canais 'empacotados' e com custo alto pelos adicionais. A tendência é essa: aumento no uso do streaming e queda da TV por assinatura e também da TV aberta. Trata-se de uma mudança tecnológica. Portanto, a tendência de produção audiovisual é migrar para o streaming", explica João Carlos Massarolo, docente do Departamento de Artes e Comunicação (DAC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Além do custo-benefício, a pandemia e a ampla oferta de serviços de streaming agilizaram a queda no número de assinantes da TV por assinatura. Afinal, com a chegada do Netflix, por exemplo, assistir filmes e séries ficou mais fácil, barato e acessível. Uma pesquisa realizada em junho de 2020, pela Nielsen Brasil, empresa de informação, dados e medição mostrou que 42,8% dos brasileiros entrevistados assiste a conteúdos de streaming diariamente. Outro levantamento, este feito pela Conviva, revelou que a audiência desse tipo de serviço cresceu 20% globalmente só no primeiro mês da pandemia, em março de 2020.
"Essa guerra do streaming é global. E é raro que haja resistência. Nossa TV é um dos poucos casos de resistência. Em 2020, a Netflix contava com 15 milhões de assinantes, enquanto a Globoplay, plataforma da Rede Globo, contabilizou 20 milhões. Mesmo que a gente assine Netflix, Globoplay e Amazon, os três serviços ficam muito mais baratos que a TV paga. Claro que precisamos de um bom provedor de internet, mas por que continuar pagando o dobro?", explica o professor. Ele afirma ainda que a tendência é que ocorra uma concorrência entre o streaming e os canais de internet. "Além disso, o modelo de negócios da TV aberta deve se esgotar em cerca de seis anos", revela o professor Massarolo.
Dados do Ibope revelados em junho mostram ainda que, pela primeira vez, o índice de audiência do streaming superou o da TV por assinatura no Brasil. O levantamento mostra a força do streaming, tanto de áudio quanto de vídeo, neste período de isolamento social em razão da pandemia do coronavírus. A pandemia da Covid-19 deixou cerca de 80% das pessoas em casa, e isso impactou diretamente a rotina de todos. De acordo com a pesquisa, 98% dos usuários de internet consomem áudio e/ou vídeo por streaming.