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12.Fev.2021 às 0h12

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Vacinas se passam por agentes infecciosos para induzir o organismo a produzir anticorpos

Ao entrar em contato com vírus ou bactéria, proteínas não deixam que eles provoquem doença


Por: Millena Grigoleti e Rone Carvalho
Enfermeira mostra dose da vacina desenvolvida pela Oxford e pela AstraZeneca contra a Covid
Enfermeira mostra dose da vacina desenvolvida pela Oxford e pela AstraZeneca contra a Covid - Moisés Junior/Divulgação/Prefeitura

Impostoras, é isso que as vacinas são. Mas boas impostoras. Isso porque elas se passam por agentes infecciosos (vírus e bactérias) para estimular o organismo a produzir anticorpos contra a doença, quando, na verdade, são elas que vão impedir o indivíduo de adoecer. Na quinta e última reportagem da série "Os Caminhos da Vacina", saiba como elas induzem a resposta do organismo.

"A gente define vacina como uma substância biológica preparada a partir de micro-organismos causadores de doenças, modificados laboratorialmente de forma que perdem sua capacidade de provocar doença, mas quando administrados no organismo mantêm a capacidade de produzir anticorpos", explica Irineu Maia, responsável pelo Departamento de Infectologia do Hospital da Base e docente da disciplina de Infectologia da Famerp.

Diferentemente do micróbio, a vacina não tem a capacidade de provocar a doença em um organismo saudável. Basicamente, elas são de dois tipos: atenuadas (com agentes infecciosos vivos, porém muito enfraquecidos), ou inativadas (com agentes mortos, alterados ou fragmentados). Mais recentemente, estão surgindo as de RNA mensageiro. Essa tecnologia vem sendo pesquisada há muitos anos, mas se tornou uma realidade nos estudos para descobrir imunizantes contra a Covid.

De acordo com a Pfizer, que produziu um produto com essa técnica, as vacinas de RNA mensageiro "carregam o código genético do vírus que contém as instruções para que as células do corpo produzam determinadas proteínas. Ou seja, elas atuam introduzindo nas células do organismo a sequência de RNA mensageiro, que contém a receita para que essas células produzam uma proteína específica do vírus. Uma vez que essa proteína seja processada dentro do corpo e exposta ao nosso sistema imunológico, este pode identificá-la como algo estranho, um antígeno e criar imunidade contra ele. Essa imunidade, representada pelos anticorpos (células de defesa) e linfócitos T, dá ao organismo a capacidade de se defender quando em contato com o vírus."

Quando as vacinas são administradas, o organismo entende que está sendo atacado por um invasor e produz os anticorpos, proteínas que destroem esse inimigo. Os "soldados" responsáveis por essa guerra são as células brancas, os leucócitos, que fazem a defesa do organismo. Os macrófagos, mais especificamente, destroem os intrusos. Segundo Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), são duas linhas de defesa: a de anticorpos neutralizantes e a que produz a imunidade nas células. Quando o organismo entrar em contato novamente com a bactéria ou vírus, vai reconhecê-lo e não deixar que entre - sem a vacina, essa "expulsão" só aconteceria no segundo contato com a doença, ou seja, seria preciso desenvolver o problema para ficar imune a ele.

Algumas vacinas são em esquema multidose (como a tríplice viral e agora as da Covid, Coronavac e Oxford/AstraZeneca) e outras precisam de reforços, como a contra tétano. "Se você encontra a primeira vez o problema você vai reconhecê-lo e começar a se armar. Caso você se encontre novamente com esse problema, você já tem um jeito de ter uma resposta mais robusta, você já sabe como combater aquilo e é só carregar mais soldados para a guerra", afirma Carolina Pacca, doutora em Virologia e professora da Faceres.

Quando o intruso é o antígeno presente na vacina, se o organismo entrar em contato com o vírus ou bactéria "na vida real", será capaz de se defender - diferentemente do que aconteceria se o corpo entrasse em contato diretamente com o micróbio. A tendência seria que ficasse doente, por mais leve que fossem os sintomas. Além disso, é muito mais barata uma dose de vacina do que um tratamento contra uma doença evitável por ela. 

O organismo humano é inteligente. Todas as vacinas desenvolvidas contra Covid têm como alvo a proteína spike (na tradução do inglês, espinho), uma importante proteína do Sars-Cov-2. A vacina faz com que o organismo a reconheça como algo estranho e produza anticorpos contra ela. "De tal maneira que quando entrar o vírus em mim eu já tenho anticorpos que vão reconhecer essa proteína do vírus como uma coisa estranha e vão agredi-lo", explica o infectologista Irineu Maia.

Segundo ele, todas as vacinas são adaptáveis, ou seja, caso apareça alguma mutação expressiva é possível adequar a fórmula do produto para proteger contra ela.

Os médicos destacam que não existe nenhum imunizante com eficácia de 100%, ou seja, eventualmente pode acontecer de alguém que foi protegido ficar doente - é claro que a chance é muito menor em relação a quem não tem produção nenhuma. A tendência, porém, é que os casos sejam menos graves em quem estiver imunizado, com sintomas leves. "Todas as vacinas têm esse comportamento, eficácia menor para as formas leves da doença e maior para as formas graves. Quanto mais grave é a doença, maior a eficácia", pontua Kfouri. Se a catapora tinha potencial para matar, por exemplo, e a criança eventualmente tiver o problema, sentirá apenas o desconforto das bolinhas e os sintomas atenuados. 

A vacinação é mais eficaz quanto mais pessoas estiverem com anticorpos, para que o vírus não encontre espaço por onde circular. Uma pequena parcela da população não vacinada, que seja de 10%, já é suficiente para permitir estragos em número de casos e vítimas fatais de doença graves, como difteria e rubéola, por isso as metas das campanhas são sempre elevadas.

 

Sintomas após imunização são comuns de acontecer

Sintomas como dor no local de aplicação da vacina e até febre são comuns de acontecer após a imunização. Todos os imunizantes podem provocar algum tipo de reação quando injetados no corpo humano. O que diferencia é que enquanto algumas pessoas podem sentir sintomas leves, outras podem não desenvolver nenhum após receber a dose.

Atualmente, as duas vacinas que estão sendo aplicadas contra a Covid-19 no Brasil - Coronavac, do laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, e a AstraZeneca da Universidade de Oxford em parceria com a Fiocruz - apresentam reações comuns nos pacientes.

Nos testes da Coronavac e da AstraZeneca, por exemplo, os efeitos mais comuns apresentados após a vacina foram dor no local da aplicação e dor de cabeça após a primeira dose. Em ambas não foram registrados efeitos adversos graves e de interesse especial relacionados à vacinação.

Dados do Butantan, apontaram que 40% dos participantes durante os testes apresentaram dor no local de aplicação. Foi o sintoma mais frequente e que é típico de acontecer em outras vacinas, como a do sarampo.

Na pesquisa com a vacina de Oxford, que foi avaliada pela Anvisa, aproximadamente 80% dos participantes analisados tiveram reações locais (como dor ou inchaço onde a vacina foi aplicada). Um número próximo de 80% dos voluntários também relatou reações sistêmicas leves, como dor de cabeça e febre, que passaram dias depois da aplicação do imunizante.

Outros sintomas após a vacinação como fadiga e calafrios também são comuns de serem sentidos após a imunização. Normalmente, esses sintomas são sentidos horas depois da aplicação e podem durar até 72 horas depois da imunização.

Segundo o médico virologista da Famerp Maurício Lacerda Nogueira, as reações pós-vacina são manifestações naturais do corpo. "A pessoa deve procurar o auxílio médico se essas manifestações forem graves o suficiente para que ela não consiga fazer as atividades diárias. E aí precisa verificar também se essa pessoa está tendo sintomas de outras doenças ou de reação a vacina", destacou o médico.

A professora da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Raquel Stucchi, afirma que caso a pessoa esteja doente, como gripado, é recomendado tomar a vacina após se curar. "No caso das vacinas contra a Covid-19 que estão sendo aplicadas, caso a pessoa esteja com quadro gripal ou estiver na vigência de um quadro agudo de febre, ela deve adiar a vacinação para quando estiver a três dias sem os sintomas", recomendou.

Médicos também garantem que quem apresenta sintomas após ser vacinado não significa que foi infectado. "Ter ou não ter reação não tem nenhuma reação da vacina estar fazendo efeito", afirmou Raquel Stucchi.

Assim como a da Covid-19, outras vacinas do calendário de vacinação como a de tétano, poliomielite, febre amarela e a tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) também podem desencadear sintomas após a vacinação. E até cicatrizes na pele podem ficar após a imunização. Exemplo é a vacina BCG, necessária para a prevenção da tuberculose, e aplicada nos primeiros meses de vida, que deixa uma cicatriz no local da vacinação para o resto da vida. (RC)

Fique atento

CALENDÁRIO NACIONAL DE VACINAÇÃO

CRIANÇAS

  • AO NASCER - BCG e Hepatite B
  • 2 meses - Pentavalente, poliomielite (inativada), pneumocócica 10V e rotavírus
  • 3 meses - Meningogócica C
  • 4 meses - Pentavalente, poliomielite (inativada), pneumocócica 10V e rotavírus
  • 5 meses - Meningocócica C
  • 6 meses - Pentavalente e poliomielite (inativada)
  • 9 meses - Febre amarela
  • 12 meses - Pneumocócica 10V, meningocócica C e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola)
  • 15 meses - Pentavalente com DTP (difteria, tétano e pertússis), poliomielite (atenuada), hepatite A e tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e catapora)
  • 4 anos - Pentavalente com DTP (difteria, tétano e pertússis), poliomielite (atenuada) e catapora

ADOLESCENTES

  • Hepatite B - Três doses, dependendo da situação vacinal
  • Meningogócica C - 11 a 14 anos - Um reforço ou dose única, dependendo da situação vacinal
  • Febre amarela - Dose única, dependendo da situação vacinal
  • Tríplice viral - Duas doses, dependendo da situação vacinal
  • HPV - Duas doses em meninas de 9 a 14 anos e duas doses em meninos de 11 a 14 anos
  • Dupla adulto - (tétano e difteria) - Uma dose a cada dez anos, se comprovado esquema anterior contra as doenças

ADULTO (20 a 59 anos)

  • Hepatite B - Três doses, dependendo da situação vacinal
  • Febre amarela - Dose única, dependendo da situação vacinal
  • Tríplice viral - Duas doses, dependendo da situação vacinal
  • Dupla adulto - (tétano e difteria) - Uma dose a cada dez anos, se comprovado esquema anterior contra as doenças

IDOSO (60 ANOS OU MAIS)

  • Hepatite B - Três doses, dependendo da situação vacinal
  • Febre amarela - Dose única, dependendo da situação vacinal
  • Dupla adulto - (tétano e difteria) - Uma dose a cada dez anos, se comprovado esquema anterior contra as doenças

GESTANTE

  • Hepatite B - Três doses, dependendo da situação vacinal
  • Dupla adulto - (tétano e difteria) - Três doses, dependendo da situação vacinal
  • dTpa - (difteria, tétano e coqueluche) - Uma dose a cada gestação a partir da 20ª semana
  • INFLUENZA Reforço anual - Crianças até 6 anos incompletos, gestantes, puérperas, idosos, pessoas com doenças crônicas e comorbidades, indígenas, trabalhadores da saúde, professores, funcionários do sistema prisional e população carcerária.

Vacinação em massa

A vacinação em massa representa sempre menos casos, menos internações e menos mortes. Tanto que os grupos prioritários em toda campanha são aqueles que apresentam mais chances de exposição ao patógeno, de complicações e de óbito. É importante lembrar também que as crianças são sempre muito citadas nas campanhas, inclusive porque seu sistema imunológico está em formação, mas os imunizantes estão disponíveis na rede pública para pessoas de todas as idades.

Os especialistas são unânimes em dizer que esses anticorpos devem ser adquiridos pelo imunizante, não pela doença. Tanto que a Aids e a dengue, por exemplo, contra as quais ainda não existe vacina, apenas prevenção, continuam fazendo vítimas todos os anos. "Não é muito inteligente a gente deixar todo mundo pegar a doença antes de ter a vacina para desenvolver a imunidade populacional ou a imunidade de rabanho porque a vacina vai controlar a doença, a gente não vai ficar doente. Se a gente deixar todo mundo pegar Covid, muita gente vai morrer sem necessidade e a gente sobrecarrega o sistema de saúde", afirma a doutora em Virologia Carolina Pacca.

"A vacina é melhor porque vai desenvolver anticorpos no nosso organismo para não ter o desenvolvimento da doença, posso até encontrar o vírus, mas já tenho anticorpo para combater aquele problema, aquele vírus. A gente tem que usar a vacina para se proteger, se preparar contra o problema e obviamente não deixar as pessoas morrerem em vão", conclui.

Cuidados

O desenvolvimento das defesas não acontece de forma instantânea. Assim, não adianta, por exemplo, tomar a vacina contra gripe quando souber que o vírus está circulando na cidade. "Muita gente procura para vacinar depois que fica sabendo que teve algum caso. As vacinas têm um período para proteger a pessoa, que é em torno de dez a 15 dias, então é importante já estar vacinado", afirma Michela Dias Barcelos, gerente do Departamento de Imunizações de Rio Preto. Ou seja: se a pessoa tomar a vacina na quinta-feira e entrar em contato com o vírus na sexta, ela ainda pode ficar doente, pois o corpo não teve tempo de produzir os anticorpos. (MG)

Como funciona

COMO AS VACINAS AGEM

  • Quando uma vacina é administrada, o organismo reconhece aquele micróbio (seja ele atenuado, fragmentado ou morto) como um invasor, logo precisa ser combatido.
  • São acionadas as células de defesa, os leucócitos ou glóbulos brancos, que matam o invasor.
  • Ao mesmo tempo, o organismo produz anticorpos, proteínas contra o vírus ou bactéria.
  • Se em alguma outra ocasião a pessoa entrar em contato com esse patógeno, o organismo o reconhecerá e não vai deixar com que ele entre.
  • Nenhuma vacina tem eficácia de 100%. Todas elas, no entanto, possuem uma característica: na eventualidade da pessoa ficar doente, o quadro tende a ser bem mais brando, com sintomas leves e sem gravidade.

TIPOS DE VACINAS:

  • Atenuadas - O vírus ou bactéria é enfraquecido. Quem tem sistema imunológico bastante debilitado (como transplantados e quem está fazendo tratamento de câncer, por exemplo, além de gestantes) não deve receber esse imunizante, pois o sistema imunológico pode não responder da forma adequada e, em vez de anticorpos produzidos, a pessoa pode desenvolver a doença.
  • Inativadas - O sistema imunológico acredita que o agente infeccioso morto ou fragmentado é um perigo real. Não há contraindicação, a não a não ser alergia por algum dos componentes da fórmula.
  • RNA mensageiro - o RNA mensageiro sintético dá as instruções para o organismo pra a produção de proteínas encontradas na superfície do vírus. Quando essas proteínas (antígeno) estiverem produzidas, elas estimulam a resposta do sistema imune. É a tecnologia que está sendo utilizada na vacina da Pfizer.

FONTES: Pfizer; Renato Kfouri, diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e SBIm

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